Bolsonaro busca apoio do Republicanos para avançar com projeto de anistia na Câmara

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) busca apoio no Republicanos para avançar com o projeto de anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. Ele planeja se reunir com o presidente do partido, Marcos Pereira, ainda nesta semana, antes de um ato programado para o dia 16, que terá a anistia como tema central. O Republicanos é aliado de Bolsonaro, com o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também vinculados ao partido.

Bolsonaro já se encontrou com líderes de outras siglas, como Gilberto Kassab (PSD) e Ciro Nogueira (PP), e acredita que possui apoio suficiente para aprovar a proposta, que conta com 244 votos até o momento. No entanto, a proposta enfrenta resistência na cúpula da Câmara, que considera prioritárias pautas de consenso neste início de mandato. Motta, por sua vez, não quer se indispor com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que já manifestou que não é o momento adequado para discutir a anistia.

No Senado, a situação é semelhante, com a falta de votos suficientes para a aprovação da proposta. Contudo, a pressão sobre Alcolumbre pode aumentar dependendo do resultado na Câmara. A proposta de anistia está sendo discutida com a possibilidade de uma "dosimetria de penas", o que complicaria sua implementação, já que essa prerrogativa é do Judiciário. Recentemente, Alcolumbre comentou que a anistia não pode ser igual para todos, o que levanta dúvidas sobre como isso seria aplicado.

A anistia se tornou uma prioridade para Bolsonaro, que tem feito apelos diretos a líderes partidários. O Republicanos, com 44 deputados, é visto como crucial para garantir os votos necessários. Bolsonaro também convocou manifestações em apoio à anistia, que ocorrerão em várias cidades, incluindo um ato em Copacabana, no Rio de Janeiro, onde ele e outras lideranças bolsonaristas se reunirão para discutir temas como liberdade de expressão e o futuro político do Brasil.