11 de mar 2025
Embaixador da COP30 responde a críticas e promete incluir sugestões em carta sobre clima
O Embaixador André Corrêa Lago minimizou críticas sobre a COP30, afirmando que a discussão sobre combustíveis fósseis será central no evento. Ambientalistas expressaram alívio e preocupação com a falta de prioridade para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis na conferência. O governo brasileiro enfrenta dilemas, buscando expandir a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, enquanto tenta liderar ações climáticas. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu decisões técnicas sobre a exploração de petróleo, apesar da pressão política. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a hipocrisia de países desenvolvidos em relação à exploração de combustíveis fósseis.
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30 (Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo)
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O Embaixador André Corrêa Lago, presidente da COP30, minimizou as críticas de organizações ambientalistas sobre sua carta divulgada na segunda-feira, que delineia suas expectativas para a conferência. Especialistas apontam que o documento carece de uma discussão aprofundada sobre a necessidade de compromissos concretos para zerar as emissões de combustíveis fósseis. Essa questão é delicada para o governo brasileiro, que planeja expandir a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas. Lago afirmou que a carta é um convite ao debate e que a discussão sobre combustíveis fósseis será “central”, dado que representam 70% das emissões de carbono no mundo.
O evento, que ocorrerá entre 10 e 21 de novembro, reunirá líderes de algumas das principais potências globais. A carta, que busca fortalecer as negociações multilaterais em meio a crises geopolíticas, reconhece a complexidade do cenário atual. Ambientalistas criticam a abordagem, destacando que a única menção a combustíveis fósseis no texto é meramente factual, referindo-se ao resultado da COP28 em Dubai. Lago enfatizou que a mudança climática é inevitável, alertando que, se não for controlada, poderá desestruturar sociedades e economias.
A rede Observatório do Clima expressou alívio e preocupação com a carta. A boa notícia é que as negociações do Acordo de Paris estão nas mãos de profissionais cientes da gravidade da emergência climática. No entanto, a preocupação reside na ausência da eliminação gradual dos combustíveis fósseis como prioridade na conferência de Belém. O Greenpeace também criticou a falta de ambição dos países, destacando que a liderança do século 21 deve ser definida pela liderança climática. Camila Jardim, especialista do Greenpeace Brasil, alertou que a implementação das decisões do Acordo de Paris enfrenta desafios devido à falta de vontade política.
Enquanto a descarbonização é considerada essencial para combater o aquecimento global, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a morosidade do Ibama na autorização para exploração de petróleo na foz do Amazonas. Lula se comprometeu a agilizar a liberação de pesquisas na região, que faz parte da Margem Equatorial. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu que as decisões sobre autorizações devem ser técnicas e não políticas, reafirmando a necessidade de uma transição para fontes de energia sustentáveis. Lula, por sua vez, questionou a preocupação de países desenvolvidos com a exploração de petróleo, citando a exploração em nações como Inglaterra e Estados Unidos.
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