Lula afirma que não teme Trump e pede respeito nas negociações comerciais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (11) que “não tem medo de cara feia”, referindo-se ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante um discurso na fábrica da Stellantis em Betim, Minas Gerais. Lula destacou a importância do respeito nas relações internacionais, afirmando que não adianta Trump “gritar de lá”. Essa declaração surge em um contexto de tensões comerciais, com os EUA anunciando tarifas sobre aço e alumínio que impactam diretamente as exportações brasileiras.

As novas tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio começam a valer nesta quarta-feira (12). O governo Lula, por meio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que a estratégia será de conciliação, sem retaliar as medidas de Trump. Haddad ressaltou que já houve negociações em condições mais desafiadoras e que o Brasil busca um entendimento “ganha-ganha” com os EUA. O vice-presidente Geraldo Alckmin coordena as discussões, que envolvem representantes do setor de aço.

Haddad também alertou que as tarifas podem gerar repercussões na inflação americana, embora os EUA estejam prevendo uma redução nas taxas de juros. Ele acredita que a administração Trump não ficará inerte diante de um possível cenário de recessão. A situação é complexa, com o setor de aço pedindo medidas tanto para importações quanto para exportações, mas sem detalhes específicos sobre as ações a serem tomadas.

A retórica de Lula busca posicionar o Brasil como um líder diplomático em um cenário global polarizado. Ele enfatizou que a diplomacia deve ser conduzida com civilidade, em contraste com a abordagem agressiva de Trump. Essa postura pode ser vista como uma tentativa de Lula de reafirmar a soberania brasileira e estabelecer um diálogo respeitoso, enquanto observa as reações ao governo americano e suas políticas comerciais.