Governo Trump retoma prisão de famílias imigrantes em unidades de detenção no Texas

O governo de Donald Trump reativou a prisão de famílias imigrantes em situação irregular nos Estados Unidos, uma prática que havia sido suspensa durante a administração de Joe Biden. Duas unidades de detenção no Texas, em Karnes e Dilley, estão sendo preparadas para receber essas famílias, que começaram a chegar recentemente. As instalações, administradas por empresas privadas, têm capacidade para milhares de pessoas e oferecem quartos com beliches e banheiros compartilhados.

De acordo com o Centro de Educação e Serviços Jurídicos para Refugiados e Imigrantes (Raices), já há mais de doze famílias detidas em Karnes, incluindo imigrantes de países como Angola, Brasil, Colômbia, Irã, Romênia e Rússia. A detenção de famílias foi uma prática comum durante o primeiro governo Trump e também sob Barack Obama, mas gerou controvérsias devido ao impacto sobre crianças pequenas. Durante a detenção, as crianças recebiam cuidados médicos e educação, embora limitados.

A nova estratégia de Trump visa desencorajar a imigração ilegal, especialmente com a atual tranquilidade na fronteira e a redução das tentativas de travessia. O governo está disposto a contestar legalmente os limites de tempo para a detenção de crianças, conforme indicado pelo "czar da fronteira", Thomas Homan. Organizações de direitos humanos criticam a prisão de famílias, considerando-a desumana e ineficaz, além de denunciarem violações do devido processo e condições inadequadas nas instalações da Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE).

As famílias que entram ilegalmente nos Estados Unidos enfrentam desafios legais e políticos, especialmente em relação às proteções especiais para menores. A administração atual pretende fazer das detenções um foco central, apesar das críticas e do histórico de abusos durante a gestão anterior. A maioria das famílias detidas é de centro-americanos que cruzaram a fronteira recentemente e podem ser deportadas rapidamente, a menos que solicitem asilo com evidências que justifiquem sua permanência.