25 de mar 2025
Trump retira advogados de quase 30 mil crianças migrantes para acelerar deportações
Governo Trump corta contratos com advogados de imigração, deixando 26 mil menores em situação legal precária e ameaçando a defesa de seus direitos.
Uma menina migrante dentro de um veículo da Patrulha de Fronteira em Ruby, Arizona, em 24 de junho de 2024. (Foto: Adrees Latif/Reuters)
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A administração Trump intensificou a repressão a imigrantes indocumentados, agora mirando também em advogados de imigração. O governo dos EUA cancelou contratos com centenas de organizações que oferecem representação legal a menores desacompanhados, deixando cerca de 26 mil crianças em situação de incerteza legal. Cristel Martínez, uma advogada hondurenha que representa 325 menores, expressou sua incredulidade com a situação, destacando que muitos de seus clientes são muito jovens para se defenderem sozinhos.
A decisão de cortar o financiamento, que rompe com uma tradição de 20 anos, foi anunciada uma semana antes do término dos contratos, que eram renovados desde 2005. Sem esses recursos, os advogados perderão acesso a intérpretes, o que é crucial, já que a maioria de seus clientes não fala inglês. Martínez, que se comprometeu a continuar seu trabalho mesmo sem pagamento, ressaltou a complexidade dos casos e a importância da representação legal, que aumenta as chances de sucesso nos processos.
O governo argumenta que a imigração está repleta de comportamentos antiéticos por parte de advogados, alegando que muitos prolongam os processos para obter mais financiamento público. Um memorando da Casa Branca, intitulado “Prevenindo Abusos do Sistema Legal e do Tribunal Federal”, instrui o Procurador-Geral a investigar a conduta de advogados que processaram o governo nos últimos anos. A administração ameaça penalizar aqueles que forem considerados culpados de "má conduta".
A reação da comunidade jurídica foi imediata. Lindsay Toczylowski, presidente do Immigrant Legal Defense Center, afirmou que as ameaças de Trump visam intimidar advogados que representam os mais vulneráveis. A organização está preparando um processo judicial para contestar essa ação sem precedentes do governo, reafirmando seu compromisso com a justiça e a defesa dos direitos dos imigrantes.
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