Cresce a controvérsia sobre o Delaney Hall, novo centro de detenção de migrantes em Newark

A avenida Doremus, em Newark, Nova Jersey, se destaca por sua atmosfera industrial e opressiva, marcada pela proximidade do Aeropuerto Internacional Newark Liberty. A localização estratégica é um fator considerado por autoridades, já que um novo centro de detenção para migrantes, o Delaney Hall, está prestes a ser inaugurado a poucos quilômetros do aeroporto. Caleb Vitello, diretor interino do ICE (Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos EUA), afirmou que essa proximidade “agiliza a logística” para deportações, em linha com a política de imigração do ex-presidente Donald Trump.

O Delaney Hall, que funcionou como centro de detenção entre 2011 e 2017, está sendo preparado para reabrir com mais de 1.000 camas. A empresa Grupo GEO, responsável pela operação, prevê um contrato de 60 milhões de dólares anuais por 15 anos, totalizando quase um bilhão de dólares. Organizações de direitos humanos criticam essa prática, alegando que a detenção de migrantes se tornou um negócio lucrativo, com empresas recebendo cerca de 164,65 dólares por dia por cada detido.

As condições nos centros de detenção têm gerado preocupações. Relatos de abusos, falta de alimentos e cuidados médicos são comuns, especialmente no centro de Elizabeth, que já enfrenta superlotação. Com a reabertura do Delaney Hall, há receios de que as operações do ICE aumentem, intensificando o medo entre as comunidades imigrantes. A ativista Jenny Garcia destaca que a presença de centros de detenção está associada a um aumento nos arrestos de imigrantes nas comunidades vizinhas.

Recentemente, protestos contra a abertura do Delaney Hall e a situação no centro de Elizabeth têm se intensificado. O prefeito de Newark, Ras Baraka, classificou a inauguração como ilegal e prometeu ações legais se o centro abrir. As tensões aumentam à medida que as comunidades se mobilizam contra o que consideram uma violação de direitos e um aumento do clima de medo entre os imigrantes.