Banco Central rejeita proposta de Alckmin para excluir alimentos e energia da inflação

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, rejeitou a proposta do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) de excluir alimentos e energia elétrica do cálculo da inflação. Durante a apresentação do Relatório de Política Monetária, Galípolo destacou que essa ideia “não dialoga” com o trabalho da instituição. Ele também anunciou a redução da projeção de crescimento da economia brasileira para 1,9% em 2025, uma queda em relação aos 2,1% anteriores.

Galípolo expressou satisfação com as diretrizes do Banco Central para a definição da taxa básica de juros, atualmente em 14,25% ao ano. Ele observou que os núcleos de inflação, que excluem fatores externos, estão elevados, indicando que a situação atual não justifica a proposta de Alckmin. O presidente do BC sugeriu que o vice-presidente poderia estar considerando cenários internacionais ao fazer sua proposta.

Alckmin apresentou sua ideia em um evento do jornal Valor Econômico, defendendo que a exclusão de alimentos do cálculo da inflação seria uma “medida inteligente”, semelhante ao que ocorre nos Estados Unidos. Ele argumentou que a inflação de alimentos é influenciada por fatores climáticos e que aumentar os juros não resolveria questões geopolíticas, como os preços do petróleo.

Os preços dos alimentos continuam a ser uma preocupação, com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgando um aumento de 1,09% no IPCA-15, uma prévia da inflação, em março. Itens como ovo de galinha e café moído apresentaram aumentos significativos, de 19,44% e 8,53%, respectivamente, evidenciando a pressão inflacionária sobre os consumidores.