28 de mar 2025
Cresce a presença de lideranças negras e indígenas no Executivo Federal, mas desigualdades persistem
Cerca de 39% das lideranças no Executivo Federal são negras ou indígenas, mas homens brancos ainda dominam os cargos de alta autoridade.
Flavia Rios — Foto: Wanezza Soares/Afro-Cebrap
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O número de lideranças negras e indígenas no Poder Executivo Federal cresceu de 22% para 39% nos últimos 25 anos, conforme levantamento do Afro-Cebrap. Apesar desse aumento, a maioria dos cargos de alta autoridade ainda é ocupada por homens brancos, que representaram 46% das posições em 2023. A socióloga Flavia Rios, coordenadora da pesquisa, destaca que a presença de mulheres e pessoas negras é maior em cargos de baixa autoridade, enquanto os ministérios mais estratégicos, como Relações Exteriores e Fazenda, continuam com alta concentração de homens brancos.
O estudo revela que a participação de homens e mulheres negros e indígenas em cargos de liderança aumentou significativamente, passando de 3.262 em 1999 para 15.237 em 2023. No entanto, a pesquisa aponta que a presença de homens brancos e amarelos ainda é significativa, ocupando 35% das vagas. O crescimento é mais acentuado em setores sociais do que em áreas centrais do governo, como economia e planejamento, onde a diversidade ainda é limitada.
Os dados também mostram que, nos ministérios, o Ministério dos Povos Indígenas é o que possui a maior proporção de lideranças masculinas negras e indígenas, com 39% dos cargos. Em contrapartida, o Ministério das Relações Exteriores apresenta uma predominância de 51% de homens brancos. A pesquisa sugere que as políticas afirmativas, como a Lei 12.990 e o Decreto 11.443, têm contribuído para aumentar a diversidade, mas ainda há um longo caminho a percorrer para garantir equidade racial e de gênero.
Os entrevistados, todos altamente qualificados, relataram que, apesar de suas credenciais, enfrentam desafios significativos para ascender a posições de maior autoridade. A maioria deles vem de classes populares e reconhece a importância das redes de apoio e das ações afirmativas para sua trajetória. O estudo conclui que, embora haja avanços, é crucial continuar investindo em políticas que promovam a inclusão e a permanência de lideranças negras e indígenas no serviço público.
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