05 de abr 2025
Comunidades indígenas no Peru lutam por titulação de terras e proteção na Amazônia
Comunidades indígenas no Peru ocupam um terço do território nacional. Ermeto Tuesta mapeia e formaliza terras indígenas, promovendo proteção legal. Titulação é essencial para evitar exploração por indústrias e ocupações informais. Apesar de conquistas, pressões sobre terras tituladas continuam a ser intensas. Trabalho de Tuesta molda a cartografia nacional e fortalece direitos indígenas.
Habitantes da Amazônia peruana revisam os mapas de Ermeto Tuesta. (Foto: Ermeto Tuesta)
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As comunidades indígenas no Peru ocupam quase um terço do território nacional, enfrentando a exploração de suas terras por indústrias sem reconhecimento legal. Atualmente, 922 comunidades indígenas (34% do total) não possuem a titulação de suas propriedades, o que as torna vulneráveis a invasões e atividades extrativas. O advogado do Instituto de Defesa Legal, Juan Carlos Ruiz Montoya, destaca que "uma comunidade sem título é uma porta aberta" para a exploração.
Ermeto Tuesta, especialista em georreferenciamento, tem sido fundamental na formalização dos territórios indígenas. Desde os anos noventa, ele tem trabalhado para mapear comunidades, permitindo que elas reivindiquem legalmente suas terras. O trabalho de Tuesta é reconhecido por líderes indígenas, como Oscar Chingkun, que afirma que "sem Ermeto, nos teria custado anos" conseguir a titulação.
Apesar dos avanços, a proteção dos territórios ainda é precária. Nos últimos dez anos, 40% dos lotes petroleros na Amazônia se sobrepuseram a terras indígenas, resultando em mais de 120 mil hectares desmatados. A jornalista Rocío Silva Santiesteban ressalta que "o papel não basta", enfatizando a necessidade de controle estatal para proteger as comunidades.
Atualmente, Tuesta atua na Indian Law Resource Center, onde continua a monitorar projetos de titulação na América Latina. Seu trabalho resultou na oficialização de mapas que agora fazem parte da cartografia nacional, permitindo que os povos indígenas reivindiquem seus direitos. Contudo, a luta pela proteção de suas terras permanece arriscada, com mais de 40 defensores ambientais assassinados no Peru desde 2014, refletindo a constante ameaça que enfrentam.
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