19 de abr 2025
Privatização dos Correios gera debate sobre o papel do Estado na economia brasileira
Lula defende a permanência do Estado em setores estratégicos, enquanto estatais acumulam prejuízos. A resistência à privatização persiste, mesmo com exemplos de sucesso.
SUCESSO - Embraer privatizada: geração de empregos e respeito mundial (Foto: Embraer/Divulgação)
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Lula defende o papel do Estado em meio a prejuízos bilionários de estatais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a importância da presença estatal em setores considerados estratégicos, durante visita à Telebras, em Brasília. A declaração ocorre em um contexto de dificuldades financeiras enfrentadas por diversas empresas estatais brasileiras, com um rombo total de R$ 6,7 bilhões em 2024.
Os Correios lideram o ranking de prejuízos, com um déficit de R$ 3,2 bilhões. As causas apontadas variam entre críticas à gestão anterior e impactos de políticas recentes, como a redução de taxas sobre encomendas internacionais. Segundo um secretário do governo, é preciso “criar negócios que tragam receitas” para reverter o quadro.
Privatizações: um histórico de sucesso ignorado?
A discussão sobre a privatização de estatais no Brasil é antiga, com um movimento significativo na década de 1990. O exemplo da Embraer, privatizada sob o argumento de segurança nacional, é citado como um caso de sucesso, com a empresa se tornando um líder global e gerando mais empregos após a mudança.
Apesar de resultados positivos em outras privatizações, a resistência à venda de estatais persiste. Especialistas apontam para uma “síndrome dos anos 1990”, marcada por uma forte retórica contra o “neoliberalismo” e o “desmonte do Estado”, que ainda influencia o debate público.
O mito das estatais “estratégicas”
A ideia de que certas estatais são “estratégicas” é questionada. Lula defendeu a importância da Telebras para a discussão sobre inteligência artificial, mas críticos argumentam que o país pode avançar nessa área sem depender de uma empresa estatal.
Exemplos como o Porto Digital, em Recife, e a concessão de aeroportos demonstram que a iniciativa privada pode oferecer serviços de qualidade e gerar receita, sem comprometer a soberania nacional. A gestão privada do Parque Ibirapuera, em São Paulo, e de hospitais como o M’Boi Mirim, também são citados como casos de sucesso.
A necessidade de modernização e foco em resultados
A modernização do Estado e a busca por resultados são apontadas como prioridades. A experiência brasileira nas últimas três décadas demonstra que é possível melhorar a eficiência dos serviços públicos e reduzir a pobreza por meio de parcerias com o setor privado e da gestão eficiente dos recursos.
O cientista político Fernando Schüler, do Insper, defende que é preciso separar o joio do trigo, identificando o que é realmente estratégico e o que é apenas retórica corporativista. A teimosia em insistir em velhos erros impede o país de avançar em direção a um futuro mais próspero e justo.
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