Lula intensifica críticas às privatizações enquanto aliados recebem salários altos em estatais

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta críticas após a revelação de que garantiu renda extra a 323 aliados em conselhos de estatais, enquanto essas empresas registraram déficits significativos. A situação levanta questões sobre a eficácia da gestão atual, especialmente em um contexto onde o Partido dos Trabalhadores sempre se opôs às privatizações, considerando-as entreguistas.

Historicamente, o discurso do PT e de Lula tem sido contra a venda de estatais, mesmo aquelas deficitárias. A retórica ideológica se mistura com interesses pessoais, evidenciada pela nomeação de aliados para cargos em estatais. Em 2024, as estatais apresentaram um déficit primário de R$ 8 bilhões, o pior resultado desde o início da série histórica, enquanto em 2023 o prejuízo foi de R$ 2 bilhões.

A hipocrisia no discurso do PT é notável, já que, enquanto criticam as privatizações, buscam controlar empresas estatais para beneficiar seus aliados. Lula, em diversas ocasiões, atacou a privatização de empresas como a Petrobras e a Eletrobras, chamando de "bando de imbecis" quem defende a venda dessas estatais. Em contrapartida, sua administração tem enfrentado dificuldades financeiras nas empresas estatais.

A gestão do PT também busca desmontar a lei das estatais, que exige critérios técnicos para a nomeação de dirigentes. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, alvo de críticas por privatizações, é lembrado como um exemplo de como o discurso do PT se volta contra seus adversários. A situação atual evidencia a complexidade da gestão pública e a necessidade de um debate mais profundo sobre o papel das estatais na economia brasileira.