Política

Desigualdade de gênero persiste entre influenciadores digitais no Brasil, revela pesquisa

A desigualdade de gênero persiste entre influenciadores digitais no Brasil, onde mulheres, apesar de serem 87% do total, ganham 20% menos que homens.

Foto: Mauro Pimentel/AFP

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Mulheres dominam, mas recebem menos no mercado de influenciadores digitais

Uma pesquisa recente aponta que 87% dos criadores de conteúdo no Brasil são mulheres, mas elas ganham, em média, 20% menos que os homens. O estudo da Wake Creators, divulgado em 10 de abril, revela a persistência da desigualdade de gênero no setor.

Apesar da predominância feminina, os maiores rendimentos estão concentrados entre os homens, enquanto as mulheres recebem valores mais baixos, conforme pesquisa da Brunch e YOUPIX. 33,7% dos homens criadores de conteúdo ganham entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, percentual de 27,6% entre as mulheres.

A disparidade aumenta em rendas superiores. Apenas 3,2% dos homens recebem entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, contra menos de 1% das mulheres. No outro extremo, 21,5% das mulheres ganham até R$ 2 mil, quase o dobro dos homens (12,6%).

Ana Paula Passarelli, fundadora da Brunch, explica que a desigualdade reflete questões estruturais da sociedade. “Quando olhamos para um recorte histórico desta pesquisa, ele nunca foi positivo para a mulher”, afirma. A especialista ressalta que a reprodução de estereótipos e expectativas de desempenho afetam o público feminino.

Desigualdade salarial também é racial

O cenário se agrava quando se considera a questão racial. Pessoas negras aparecem em menor número nas faixas de renda mais altas, como a de R$ 20 mil a R$ 50 mil. Influenciadoras negras, como Anne Caroline, relatam dificuldades em cobrar o valor justo pelo seu trabalho.

Sinto que quando você é uma influenciadora negra, você tem que estar sempre à frente”, diz Anne Caroline, criadora de conteúdo de moda e beleza. A profissional explica que, muitas vezes, precisa reduzir o valor cobrado para garantir futuras parcerias.

Nichos e cargos de gestão impactam a renda

A concentração de mulheres em nichos como moda e beleza, com margens de lucro menores, também contribui para a desigualdade. Já os homens costumam atuar em setores com maior lucratividade, como o financeiro. Além disso, a maioria dos cargos de gestão em agências de marketing e publicidade ainda é ocupada por homens.

A advogada Ana Paula Braga defende a regulamentação do mercado de influenciadores para evitar a discriminação. A Lei da Igualdade Salarial, de 2023, exige que empresas enviem relatórios semestrais sobre a folha de pagamento, mas não se aplica ao setor digital.

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