Belém enfrenta desafios de mobilidade e congestionamentos a meses da COP30

Belém se prepara para a COP30, conferência climática global que ocorrerá de 10 a 21 de novembro. A cidade enfrenta desafios de mobilidade, com congestionamentos frequentes e obras em andamento para melhorar a infraestrutura. Motoristas relatam que o trânsito, que normalmente leva dez minutos, agora pode demorar até 30 minutos em trajetos comuns.

Recentemente, foram entregues 300 novos ônibus ao transporte público, com planos para adicionar mais 350 ônibus durante a COP30. No entanto, críticos apontam a falta de planejamento para uma mobilidade sustentável na cidade. O titular da Secretaria Municipal de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade de Belém, Luciano de Oliveira, destaca que a frota de veículos duplicou na última década, enquanto a infraestrutura permanece a mesma.

Obras e Mobilidade

As obras para a COP30 incluem o prolongamento da rua da Marinha e a construção da avenida Liberdade, ambas criticadas por ambientalistas devido ao impacto ambiental. O secretário de Infraestrutura e Logística do Pará, Adler Silveira, defende que essas intervenções são necessárias para melhorar o trânsito e conectar bairros populosos ao centro da cidade.

A engenheira civil Patrícia Bittencourt, da Associação Nacional de Transportes Públicos, afirma que a deficiência do transporte público é um dos principais problemas de mobilidade. Ela ressalta que, se o transporte fosse de qualidade, mais pessoas o utilizariam, reduzindo o número de veículos nas ruas.

Desafios e Expectativas

Durante a COP30, o governo federal planeja implementar linhas de lanchas para facilitar o transporte de participantes. Além disso, a expectativa é que as férias escolares e o home office de funcionários públicos ajudem a aliviar o trânsito. No entanto, a falta de capacidade de hospedagem na cidade continua sendo um desafio, com uma necessidade estimada de 50 mil leitos.

O governo estadual está trabalhando para atingir essa meta com a construção de novos hotéis e a oferta de leitos em navios de cruzeiro. Apesar das melhorias, a crítica persiste sobre a falta de um legado sustentável para a mobilidade em Belém, com investimentos focados em infraestrutura rodoviária em vez de alternativas mais ecológicas.