04 de mai 2025
Cerca de nove mil migrantes enfrentam crise humanitária em assentamento na Colômbia
Colapso de ONGs em La Pista, na Colômbia, agrava crise humanitária, aumentando exploração e pobreza entre migrantes.
As ruas de La Pista, no departamento de La Guajira, Colômbia, em 24 de abril de 2025. (Foto: Diego Cuevas)
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La Pista, um assentamento informal em Maicao, Colômbia, enfrenta uma grave crise social e econômica após a retirada de ONGs. O fechamento da USAID em janeiro de 2025 resultou na suspensão de serviços essenciais, aumentando a pobreza e a exploração, especialmente entre crianças e mulheres.
Yuleima Borja, de 54 anos, vive em La Pista há cinco anos. Ela fugiu da violência na Colômbia, estabelecendo-se inicialmente na Venezuela. Com a deterioração da economia, retornou à Colômbia em 2015 e, após dificuldades financeiras durante a pandemia, mudou-se para La Pista. A comunidade, que abriga mais de 9 mil habitantes, é composta principalmente por migrantes venezuelanos, colombianos e indígenas Wayuu. As condições de vida são precárias, com escassez de alimentos e água.
A situação se agravou com a saída de cerca de 20 ONGs, que antes ofereciam apoio em saúde, educação e alimentação. Borja, presidente da comunidade, expressa sua frustração: “Antes, quem não tinha acesso à saúde era atendido. Agora, só se você estiver morrendo.” O coordenador do Centro Temporário de Solidariedade, Jorge Paz, observa um aumento na prostituição entre mulheres, que buscam sustentar suas famílias.
Rosa, uma empreendedora local, teve seu projeto de vendas interrompido com o fechamento das ONGs. “Fiquei triste ao saber que não receberíamos o apoio prometido”, lamenta. A retirada das ONGs também impactou a UNHCR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), que alertou sobre a perda de anos de progresso na proteção de pessoas deslocadas.
O prefeito de Maicao, Miguel Aragón, reconhece que a cidade não tem capacidade para atender os migrantes e considera a retirada das ONGs “desastrosa”. Ele propõe modificar as regulamentações para regularizar a situação de La Pista e garantir acesso a serviços públicos. Contudo, a falta de apoio imediato deixa os moradores apreensivos quanto ao futuro.
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