Política

Violência e abusos marcam a nova política migratória da República Dominicana

Crescem os relatos de abusos sexuais por agentes de migração na República Dominicana, enquanto a repressão a haitianos se intensifica.

Abigail caminha com crianças haitianas que habitam na comunidade de Friusa, em Punta Cana, República Dominicana. (Foto: Simón Duarte)

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A República Dominicana enfrenta uma crescente crise migratória, especialmente em relação à população haitiana. A situação se agravou com políticas governamentais rígidas e deportações em massa, criando um clima de medo nas comunidades migrantes.

Relatos recentes indicam aumento de abusos sexuais por agentes de migração contra mulheres haitianas. Desde o anúncio de um endurecimento na política migratória pelo governo de Luis Abinader, em abril, muitos migrantes têm se escondido em suas casas. Apenas nos primeiros doze dias do mês, 14.874 pessoas foram deportadas.

O Coletivo Migración e Direitos Humanos aponta que a migração é vista como um problema, não como uma realidade. A ativista Guadalupe Valdez critica as medidas populistas adotadas pelo governo, que incluem a construção de um muro na fronteira e novos protocolos em hospitais que incentivam a deportação de pacientes em situação irregular.

Cerca de 80% dos trabalhadores da construção civil na República Dominicana são haitianos, muitos em situação informal. O presidente da Confederação Dominicana de Micro, Pequenas e Médias Empresas de Construção, Eliseo Cristopher, defende a regularização desses trabalhadores para evitar a paralisação do setor.

As novas medidas migratórias têm gerado críticas, com ativistas afirmando que elas consolidam um regime de apartheid contra haitianos. A situação se agrava com relatos de mulheres sendo forçadas a abusos sexuais em troca de não serem deportadas.

A líder comunitária Maria, que mantém uma escola para crianças migrantes, observa que a frequência escolar caiu drasticamente desde a implementação das novas políticas. Cerca de 7.000 haitianos retornaram voluntariamente ao seu país em 2024, refletindo o impacto das deportações.

O turismo, vital para a economia dominicana, também é afetado pela crise migratória. O ministro de Turismo, David Collado, destaca a importância do setor, que representa 15% do PIB do país. No entanto, a deportação de trabalhadores haitianos pode comprometer essa indústria, que depende fortemente da mão de obra migrante.

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