Assembleia do Rio discute precarização do trabalho de entregadores por aplicativo

Uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro discutirá, nesta sexta-feira, 23, a precarização do trabalho dos entregadores por aplicativo. O evento, marcado para as 14h, reunirá entregadores, pesquisadores e políticos, mas contará com a ausência do iFood, que não comparecerá por "motivos de força maior".

A discussão surge a partir de uma pesquisa da ONG Ação da Cidadania, que revela que 30% dos entregadores enfrentam dificuldades para se alimentar. A deputada estadual Marina do MST (PT), que convocou a audiência, propõe que o estado regule a obrigação das plataformas de fornecer equipamentos de segurança e seguro básico de saúde aos trabalhadores.

Entre os participantes, estarão os deputados federais Lindbergh Farias (PT/RJ) e Tarcísio Motta (PSOL/RJ). As condições de trabalho dos entregadores têm gerado mobilizações em diversas cidades, com protestos realizados em mais de 70 localidades no Brasil. Apesar das reivindicações, a resposta do iFood, que incluiu um reajuste de R$ 0,50 para ciclistas e R$ 1 para motociclistas por entrega, foi considerada insuficiente por muitos.

A pesquisa também aponta que 36,6% dos entregadores no Rio de Janeiro vivem em insegurança alimentar moderada ou grave, especialmente aqueles com renda familiar abaixo de dois salários mínimos. A maioria dos trabalhadores utiliza o próprio celular e veículo para realizar as entregas, evidenciando a dependência de recursos pessoais para o trabalho. Ao todo, 1.700 pessoas foram entrevistadas na pesquisa.