Estatais financiam eventos que exaltam Lula e destacam sua presença pública

O governo Lula tem promovido uma série de eventos com o apoio de estatais e entidades do Sistema S, buscando reaproximar-se de movimentos sociais e da sociedade civil. Essa estratégia, já utilizada em seus mandatos anteriores, visa fortalecer laços com grupos que representam a população.

Entre os eventos patrocinados estão a ExpoCatadores e conferências de ciência e cultura, onde Lula discursou, reforçando sua imagem política. Em 2023, a ExpoCatadores recebeu patrocínios significativos: BNDES (R$ 200 mil), Caixa (R$ 300 mil), Itaipu (R$ 450 mil), Sebrae (R$ 250 mil) e Conselho Nacional do Sesi (R$ 250 mil). O presidente participou do evento em Brasília, onde organizadores o aclamaram como uma "esperança para a democracia".

Além da ExpoCatadores, estatais também financiaram conferências que atendem a promessas de campanha de Lula. A Caixa destinou R$ 300 mil para a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, enquanto o Banco do Brasil patrocinou a Conferência Nacional de Segurança Alimentar (R$ 150 mil) e outras conferências em 2024, totalizando R$ 2,5 milhões. Lula discursou em dois desses eventos, destacando a importância de ouvir a sociedade civil.

Patrocínios e Transparência

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência afirmou que a diversidade de eventos requer diferentes formas de financiamento, garantindo que há processos de contratação e transparência. As estatais, como BNDES e Itaipu, justificaram seus patrocínios como parte de estratégias de inclusão e fortalecimento econômico.

Os Correios e o Sebrae também destacaram que seus patrocínios seguem rigorosos critérios de análise técnica e estão alinhados com suas missões institucionais. A CUT, central sindical próxima ao governo, afirmou que a proximidade com o governo não influencia na obtenção de recursos para eventos, como o ato do Dia do Trabalho, que também recebeu patrocínios significativos.

Essas iniciativas refletem uma tentativa do governo Lula de retomar práticas de diálogo com a sociedade civil, que foram marcantes em seus mandatos anteriores, e de fortalecer a imagem do presidente em um cenário político desafiador.