27 de mai 2025
10 momentos mais marcantes da Ditadura Militar no Brasil
De atos autoritários à mobilização popular, relembre os episódios que marcaram os 21 anos de regime militar e moldaram a história política brasileira.
Manifestação na época da ditadura. (Foto: Reprodução)
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Durante mais de duas décadas, o Brasil viveu sob um regime autoritário que redefiniu o cenário político, social e cultural do país. Entre 1964 e 1985, a ditadura militar deixou marcas profundas — com repressão, censura, mortes e resistência. Neste ranking, relembramos 10 momentos-chave que ajudam a entender a trajetória desse período e sua herança ainda presente na democracia brasileira.
1. Golpe Militar de 31 de Março de 1964
O golpe que derrubou o presidente João Goulart foi o ponto de partida da ditadura militar no Brasil. Sob o pretexto de conter uma ameaça comunista, os militares tomaram o poder com apoio de setores civis e empresariais. O novo regime dissolveu garantias democráticas, perseguiu opositores e iniciou um período de repressão sistemática.
2. Ato Institucional nº 5 (AI-5) – 13 de Dezembro de 1968
Considerado o momento mais sombrio da ditadura, o AI-5 deu plenos poderes ao regime para fechar o Congresso Nacional, suspender direitos civis e censurar arbitrariamente a imprensa, o teatro e a música. O Brasil mergulhou no chamado “período de chumbo”, com prisões políticas, tortura e assassinatos.
3. Morte de Vladimir Herzog – 25 de Outubro de 1975
A morte do jornalista Vladimir Herzog, torturado nas dependências do DOI-CODI, expôs a brutalidade do regime. A tentativa de encobrir o assassinato como suicídio foi rapidamente desmentida. O caso gerou indignação nacional e internacional, marcando o início da queda simbólica do regime junto à opinião pública.
4. Passeata dos Cem Mil – Junho de 1968
Reação à morte do estudante secundarista Edson Luís, a manifestação reuniu cerca de 100 mil pessoas no centro do Rio de Janeiro. Foi um marco da resistência estudantil e artística à ditadura, com ampla adesão popular. A repressão violenta que se seguiu ajudaria a consolidar medidas como o AI-5 meses depois.
5. Censura e fechamento de jornais (década de 1970)
Jornais e revistas foram alvos constantes da censura militar. O Pasquim foi invadido e seus editores presos. O Estadão e outros veículos chegaram a deixar espaços em branco ou publicar receitas e poemas no lugar das matérias cortadas pelos censores. A imprensa tornou-se um campo de disputa e criatividade contra a repressão.
6. Criação da Guerrilha do Araguaia (1972–1974)
O PCdoB organizou uma frente guerrilheira no sul do Pará para resistir militarmente ao regime. O Exército reagiu com extrema violência, executando combatentes e camponeses. Até hoje, muitos corpos seguem desaparecidos. O episódio é um dos mais emblemáticos da repressão fora dos grandes centros urbanos.
7. Campanha pela Anistia – Final dos anos 1970
Iniciada por familiares de presos e desaparecidos, a campanha mobilizou amplos setores da sociedade pelo perdão a exilados e perseguidos. Com o lema “Anistia ampla, geral e irrestrita”, o movimento ganhou força até resultar na aprovação da Lei da Anistia em 1979 — ainda que com concessões ao regime.
8. Lei da Anistia – 28 de Agosto de 1979
Aprovada como saída política, a lei permitiu o retorno de exilados e libertou presos políticos. Contudo, também garantiu impunidade a torturadores e agentes da repressão. É até hoje alvo de críticas por impedir julgamentos dos crimes cometidos pelo Estado.
9. Diretas Já – 1984
Milhões de brasileiros tomaram as ruas exigindo eleições diretas para presidente. No país inteiro, o movimento uniu artistas, líderes religiosos, políticos de oposição e cidadãos comuns. A emenda que previa eleições diretas não foi aprovada, mas o levante popular acelerou o fim do regime.
10. Eleição de Tancredo Neves – 15 de Janeiro de 1985
Encerrando simbolicamente a ditadura, a vitória de Tancredo Neves no colégio eleitoral representou a ruptura com os militares. Embora ele tenha morrido antes da posse, a presidência de José Sarney deu início ao período de redemocratização e à convocação da nova Constituição de 1988.
Compreender esses momentos é essencial para que os erros do passado não se repitam. O Brasil ainda convive com as consequências da ditadura, seja nos limites institucionais, na violência estatal ou nos debates sobre justiça de transição. Resgatar a memória histórica é um passo fundamental para fortalecer a democracia.
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