27 de mai 2025



Fazenda omite detalhes do impacto do IOF e Casa Civil tem prazo apertado para análise
Aumento do IOF gera crise interna no governo; Haddad e Galípolo divergem sobre comunicação e impacto fiscal se agrava com revogação da medida.
Foto:Reprodução
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O aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado pelo Ministério da Fazenda, visa arrecadar R$ 20,5 bilhões e evitar cortes orçamentários mais severos. A medida, que impacta diretamente as aplicações de fundos de investimento brasileiros no exterior, gerou descontentamento no mercado financeiro e tensões internas no governo.
O ministro Fernando Haddad afirmou que o decreto foi debatido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas integrantes do governo indicam que o presidente não estava ciente de todos os detalhes. O desentendimento entre Haddad e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se intensificou, com Galípolo alegando que não foi informado sobre a medida antes de sua publicação.
O decreto, que inicialmente estabeleceu uma alíquota de 3,5% sobre remessas de fundos para o exterior, foi parcialmente revogado poucas horas após sua divulgação. O governo, que precisava enviar o relatório bimestral de avaliação do orçamento até 22 de maio, enfrentou pressões para apresentar uma fonte extra de recursos, resultando em falhas na comunicação entre as pastas envolvidas.
Crise de Comunicação
A falta de informação adequada levou a uma série de mal-entendidos. A Casa Civil recebeu o texto do decreto com menos de 24 horas para análise, o que dificultou a avaliação de seus impactos. A greve dos servidores da Receita Federal também complicou as discussões. A situação se agravou quando o mercado financeiro alertou sobre os efeitos negativos da medida logo após sua publicação.
Em uma reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO), questionamentos sobre a discussão do aumento do IOF com o Banco Central resultaram em respostas genéricas. A percepção de que houve um acordo entre Haddad e Galípolo foi desmentida, aumentando a tensão entre os dois. Galípolo pediu que Haddad esclarecesse publicamente o mal-entendido, mas a resposta do ministro foi considerada insuficiente.
Desdobramentos Fiscais
Com a revogação do aumento do IOF, o governo enfrenta uma perda de R$ 1,5 bilhão na arrecadação. Haddad terá que apresentar medidas para compensar essa lacuna no orçamento. A situação fiscal do Brasil continua a ser um tema crítico, e a necessidade de soluções rápidas se torna cada vez mais urgente.
As tensões entre as pastas da Fazenda e da Casa Civil não são novas, mas a recente crise trouxe à tona divergências sobre a condução das políticas fiscais. O governo busca minimizar os impactos negativos em meio a uma série de desafios, incluindo a pressão do Congresso para reverter o que restou do decreto do IOF.
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