28 de mai 2025
Governo revisa modelagem financeira para retomar obras da usina nuclear Angra 3
Governo brasileiro precisa reestruturar financiamento de Angra 3 após saída da Eletrobras, com custos estimados em R$ 21 bilhões.
Vista geral das obras da usina termelétrica nuclear Angra 3, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. (Foto: Divulgação Eletronuclear/28.set.2018-Folhapress)
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O governo brasileiro está revisando a modelagem financeira da usina nuclear Angra 3, com custo total estimado em R$ 21 bilhões. A necessidade de ajustes surge após a saída da Eletrobras do projeto, que ocorreu após um acordo com a União. A Eletrobras, privatizada em 2022, não demonstrou interesse em continuar os investimentos.
O presidente da Eletronuclear, Ricardo Lycurgo, destacou que o estudo anterior do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) previa um aporte de 10% de capital próprio e 90% de dívida. Com a saída da Eletrobras, a responsabilidade financeira recai sobre a ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional), que agora precisa avaliar se há orçamento disponível para o projeto.
Ajustes Necessários
Lycurgo afirmou que é crucial entender as novas premissas do governo para que o BNDES possa ajustar os números do projeto. O novo estudo será fundamental para uma nova discussão no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Ele mencionou que, embora o BNDES já tenha realizado um trabalho anterior, as condições mudaram e exigem uma reavaliação.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é um defensor da conclusão de Angra 3. Ele argumenta que o governo gasta cerca de R$ 200 milhões anualmente apenas com a manutenção dos equipamentos já adquiridos. O investimento já realizado na usina é de aproximadamente R$ 11 bilhões, e a interrupção das obras pode resultar em perdas significativas para a ENBPar e a União.
Controvérsias e Desafios
Entretanto, a proposta enfrenta resistência. Os ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente já se manifestaram contra o empreendimento. O engenheiro Jerson Kelman alertou que apenas 0,5% dos projetos de infraestrutura são concluídos dentro do prazo e orçamento. Além disso, a Articulação Antinuclear Brasileira (AAB) critica o projeto, considerando-o obsoleto e arriscado para o meio ambiente.
A discussão sobre a continuidade das obras de Angra 3 permanece em aberto, com a expectativa de que o novo estudo do BNDES traga clareza sobre os próximos passos a serem tomados.
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