Política

França alerta sobre infiltração dos Hermanos Muçulmanos em instituições nacionais

Relatório sobre os Hermanos Musulmanes gera polêmica na França, com críticas à falta de dados concretos e acusações de islamofobia.

Emmanuel Macron durante sua visita a Indonésia ontem em Jacarta. (Foto: Ajeng Dinar Ulfiana/REUTERS)

Emmanuel Macron durante sua visita a Indonésia ontem em Jacarta. (Foto: Ajeng Dinar Ulfiana/REUTERS)

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O ministro do Interior da França, Bruno Retailleau, divulgou um relatório de setenta e seis páginas sobre a infiltração dos Hermanos Muçulmanos nas instituições do país. O documento, que deveria ser apresentado no Conselho de Defesa e Segurança Nacional (CDSN), gerou polêmica ao ser vazado antes da apresentação oficial, irritando o presidente Emmanuel Macron.

O relatório aponta uma "ameaça à coesão nacional", alegando que a organização islamista teria penetrado em diversas associações culturais, esportivas e administrativas. Retailleau classificou a situação como uma "ameaça direta à República", sugerindo que o objetivo dos Hermanos Muçulmanos seria implantar a lei islâmica na França. No entanto, o documento não apresenta dados concretos que sustentem essas alegações.

Especialistas e partidos de esquerda criticam a falta de rigor do relatório. O filósofo e especialista em islamismo, Olivier Roy, afirmou que "os Hermanos Muçulmanos não são uma ameaça" e que o relatório é "profundamente político", questionando a objetividade das conclusões. O documento menciona entre quatrocentos e mil militantes da organização, que controlariam quatro por cento das mesquitas na França, em um contexto onde onze por cento da população se declara muçulmana.

Reações e Consequências

Durante a reunião do CDSN, Macron demonstrou descontentamento com o vazamento e a utilização política do relatório por Retailleau. O ministro, que se posiciona como um ideólogo contra a presença do islamismo na sociedade francesa, lançou recentemente um livro intitulado "Não cedamos nada. Manifesto contra o islamismo."

A análise do relatório ocorre em um cenário eleitoral, com as eleições municipais de dois mil e vinte e seis se aproximando. Em muitos municípios franceses, a população de origem muçulmana já representa até quarenta por cento. O partido de esquerda La França Insumisa (LFI), liderado por Jean-Luc Mélenchon, critica a laicidade por considerá-la uma forma de islamofobia e se posiciona como uma alternativa viável para esses eleitores.

O relatório foi elaborado após mais de duzentas audiências e visitas a dez departamentos da França e quatro países. Apesar das alegações sobre a infiltração dos Hermanos Muçulmanos, muitos especialistas ressaltam que a situação é complexa e que a maioria dos muçulmanos na França busca apenas viver sua religião sem infringir as leis do país.

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