Política

Moradores de Belém criticam obras da COP30 e pedem melhorias no saneamento básico

Moradores da periferia de Belém criticam obras da COP30, que priorizam áreas urbanizadas, enquanto apenas 3% têm acesso a esgoto.

Vista do rio Tucunduba nas proximidades da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém; canais da bacia, que é uma das mais poluídas da região metropolitana, estão em obras para a COP30. (Foto: Alexa Salomão/Folhapress)

Vista do rio Tucunduba nas proximidades da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém; canais da bacia, que é uma das mais poluídas da região metropolitana, estão em obras para a COP30. (Foto: Alexa Salomão/Folhapress)

Ouvir a notícia

Moradores de Belém criticam obras da COP30 e pedem melhorias no saneamento básico - Moradores de Belém criticam obras da COP30 e pedem melhorias no saneamento básico

0:000:00

Belém se prepara para a COP30, mas moradores da periferia enfrentam descaso em saneamento básico. Enquanto a cidade investe em obras de infraestrutura, a coleta de esgoto atende apenas 3% da população. Moradores expressam frustração com a priorização de áreas urbanizadas.

Luciano Pereira, morador de Tapanã, critica as intervenções que visam embelezar o centro da cidade. “Lá no centro, estão refazendo obra feita para mostrar na COP30, mas a nossa hora aqui nunca chega”, afirma. O bairro, situado ao redor do igarapé Mata Fome, sofre com esgoto a céu aberto e falta de infraestrutura.

A situação é alarmante. Belém está entre as piores cidades do Brasil em coleta e tratamento de esgoto. O governo do estado do Pará anunciou que mais de 500 mil pessoas seriam beneficiadas por obras de saneamento, mas apenas 40 mil terão acesso à coleta de esgoto. A consultora ambiental Amanda Quaresma destaca que um verdadeiro legado da COP30 seria atender as áreas mais necessitadas.

Obras e Promessas

As obras em Belém, que somam R$ 1 bilhão, incluem drenagem pluvial e urbanização de ruas. O secretário de Infraestrutura e Logística do estado, Adler Silveira, explica que as intervenções visam melhorar o escoamento do trânsito e o saneamento, mas a população ainda se sente esquecida.

Na comunidade do igarapé São Joaquim, a insatisfação é palpável. Maria da Gloria Almeida, agente de saúde, lamenta: “A gente tinha esperança de que essa situação ia começar a mudar na COP, mas nada vai ser feito aqui.” A falta de saneamento básico gera problemas de saúde, como a proliferação de doenças.

Desigualdade nas Intervenções

Especialistas criticam a escolha dos locais para as obras. O arquiteto Pamplona Ximenes Ponte afirma que as reformas beneficiam áreas já urbanizadas, enquanto as comunidades mais carentes continuam sem melhorias. Um dos poucos projetos que inclui tratamento de esgoto é o canal da Nova Doca, que atende a bairros de maior poder aquisitivo.

O governo defende que as obras são necessárias para evitar alagamentos e melhorar a qualidade de vida. No entanto, a realidade nas comunidades periféricas contrasta com as promessas feitas. A diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, ressalta que as intervenções são vitais, mas a população ainda aguarda mudanças significativas em seu cotidiano.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela