Israel arma milícias palestinas em Gaza para combater o Hamas, diz Netanyahu

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, confirmou que o país está armando uma milícia palestina oposta ao Hamas, liderada por Yasser Abu Shabab. A declaração foi feita em um vídeo nas redes sociais, onde Netanyahu argumentou que essa ação visa proteger os soldados israelenses. Ele criticou a divulgação da informação pela mídia, afirmando que isso apenas beneficia o Hamas.

A milícia, autodenominada Força Popular, atua no leste de Rafah, na Faixa de Gaza. Segundo o jornal Wall Street Journal, o grupo já circula armado com rifles M16 e Kalashnikov, supostamente fornecidos pelas Forças de Defesa de Israel (IDF). Apesar disso, Abu Shabab nega ter recebido armas de Israel, afirmando que as armas são de origem local.

A revelação gerou reações negativas entre políticos da oposição. O deputado Avigdor Lieberman, líder do partido Yisrael Beiteinu, criticou a decisão de Netanyahu, chamando-a de "entregar armamento a criminosos". Ele alertou que essas armas podem ser usadas contra Israel. Além disso, fontes de defesa confirmaram que os armamentos incluem rifles capturados de combatentes do Hamas.

Reações e Consequências

A estratégia de armar milícias locais é vista como uma tentativa de Israel de criar uma alternativa ao Hamas, mas especialistas alertam para a fragilidade dessa abordagem. Hasan Abu Hanieh, especialista em movimentos islâmicos, afirmou que a milícia de Abu Shabab carece de legitimidade. O ex-chefe de assuntos palestinos da inteligência militar israelense, Michael Milstein, previu que o Hamas esmagará o grupo.

A situação em Gaza continua complexa, com a falta de um plano claro de Netanyahu sobre quem governará a região no futuro. A armar milícias locais reflete o impasse de Israel em relação ao futuro político da Faixa de Gaza, onde o Hamas ainda mantém controle significativo.