19 de jun 2025

Portaria que limita trabalho em feriados é considerada obsoleta e deve ser revogada
Governo adia novamente portaria que limita comércio em feriados, agora com nova data para março de 2026, após críticas de setores envolvidos.

Movimento em shopping do Rio (Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo)
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O Ministério do Trabalho adiou pela quinta vez a implementação da portaria que restringe o funcionamento do comércio durante feriados. A nova data para a entrada em vigor é março de 2026. A decisão foi tomada após intensas críticas de empregadores e sindicatos sobre os impactos econômicos da norma.
A portaria, que revoga uma regra anterior que facilitava a abertura do comércio, foi editada no final de 2023 e afeta supermercados, farmácias e lojas de departamento. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, justificou o adiamento como uma medida para garantir um prazo técnico que permita consolidar as negociações. No entanto, a eficácia da norma já é questionada, considerando que o governo já teve mais de um ano e meio para avaliar suas consequências.
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) expressaram preocupações sobre a portaria. A Abras alertou que a medida poderia impactar negativamente o consumo e a geração de empregos, enquanto a CNC destacou a insegurança jurídica que a norma poderia trazer.
Críticas e Consequências
A falta de diálogo com os representantes do setor antes da criação da portaria gerou descontentamento. Cidades como Rio de Janeiro e São Paulo já possuem legislações que permitem a abertura do comércio em feriados, o que torna a nova norma ainda mais controversa. A proposta de incluir uma lista de exceções para cerca de 200 atividades não é suficiente para mitigar as críticas.
O governo enfrenta desafios significativos, como a crise fiscal e a segurança pública, e a restrição ao funcionamento do comércio em feriados não parece ser uma prioridade. A medida, que visa regulamentar um setor já consolidado, pode ser vista como um retrocesso em um momento em que o foco deveria estar em impulsionar a economia. O adiamento da portaria é um sinal de que o governo ainda busca um consenso em torno de uma questão que afeta a rotina de milhões de brasileiros.
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