21 de jun 2025

Tarcísio enfrenta resistência de cientistas por novas regras na carreira acadêmica
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, enfrenta críticas ao propor mudanças na carreira de pesquisadores estaduais, incluindo a "dedicação exclusiva".

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em evento (Foto: André Ribeiro/Thenews2/Estadão Conteúdo)
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Uma nova proposta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, está gerando controvérsia entre cientistas estaduais. Após críticas à sua proposta inicial, que eliminava o Regime de Tempo Integral (RTI), o governador apresentou um projeto que cria a "dedicação exclusiva". O texto está em tramitação urgente na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
A proposta, enviada em maio e alterada em junho, visa modificar as regras para cerca de mil pesquisadores vinculados a 16 institutos estaduais, incluindo o Instituto Butantan. A proposta original foi amplamente criticada, pois o fim do RTI poderia inviabilizar experimentos que exigem horários flexíveis e prejudicar a formação de novos talentos na pesquisa. A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) expressou preocupações sobre a falta de justificativas para a mudança.
Mudanças na Carreira
A nova proposta de Tarcísio ainda carece de regulamentação e aumenta o tempo necessário para que os pesquisadores alcancem o topo da carreira, passando de 16 para 24 anos. Os salários também serão alterados: um pesquisador iniciante começará com R$ 9.000 e poderá chegar a mais de R$ 22.000 após 24 anos. A APqC alerta que a proposta pode dificultar a atração de novos cientistas, especialmente em comparação com bolsas de pós-doutorado que pagam R$ 12.000 líquidos.
Além disso, a comissão responsável pelas promoções dos pesquisadores será alterada. A proposta reduz o número de membros escolhidos por cientistas e inclui um membro indicado diretamente pelo governador. A APqC critica a falta de diálogo na elaboração do projeto e reafirma a necessidade de concursos e melhorias salariais.
Reações e Consequências
A proposta de venda de centros de pesquisa pelo governo, que uniu agronegócio e cientistas em oposição, foi abandonada após forte resistência. Tarcísio afirmou que só venderá propriedades "ociosas". A APqC considera que essa decisão reflete a força da mobilização dos pesquisadores, que defendem a importância das fazendas experimentais para a ciência e o meio ambiente.
O governo, por sua vez, argumenta que as mudanças visam garantir mais estabilidade e valorização do trabalho técnico e estratégico dos pesquisadores. A proposta de "dedicação exclusiva" ainda precisa ser aprovada e regulamentada, mas já levanta preocupações sobre o futuro da pesquisa no estado.
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