25 de jun 2025

Entidades pedem ajustes enquanto ignoram custo de novas vagas para deputados
Setores econômicos não se manifestam sobre aumento de deputados, apesar de críticas a despesas e necessidade de cortes.

Proposta a ser votada hoje aumenta de 513 para 531 o número de deputados (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)
Ouvir a notícia:
Entidades pedem ajustes enquanto ignoram custo de novas vagas para deputados
Ouvir a notícia
Entidades pedem ajustes enquanto ignoram custo de novas vagas para deputados - Entidades pedem ajustes enquanto ignoram custo de novas vagas para deputados
O Senado brasileiro está prestes a votar um projeto que propõe o aumento do número de deputados de 513 para 531. Apesar de setores como agronegócio, comércio, indústria e bancos terem se manifestado contra a possível elevação da alíquota de IOF e exigido cortes de gastos, não houve pronúncia sobre a criação de novas cadeiras na Câmara.
Entidades representativas desses setores não se manifestaram sobre o aumento de despesas que a proposta acarretará. O UOL tentou contato com essas organizações, mas não obteve respostas sobre a votação marcada para hoje. Especialistas sugerem que o silêncio se deve ao receio de prejudicar interesses futuros, já que criticar a proposta poderia afetar a atuação de lobistas.
A omissão das entidades não é nova. Em maio, quando a proposta foi aprovada na Câmara, e na semana passada, quando o Senado agendou a votação, não houve pressão contra o projeto. O deputado Pezenti (MDB-SC), que lidera a oposição, lamentou a falta de ação das entidades, afirmando que elas poderiam ter influência para barrar a proposta.
Pezenti acredita que o projeto não será aprovado hoje, já que 29 senadores se comprometeram a votar contra, mas são necessários 41 votos. Apenas sete senadores se declararam a favor da proposta, enquanto 45 permanecem indecisos. Uma pesquisa do Datafolha revelou que 76% da população é contra o aumento de cadeiras na Câmara.
Cálculos da Transparência Brasil estimam que a criação de novas cadeiras resultará em um aumento anual de gastos de R$ 76,65 milhões. A falta de manifestação contraria o histórico das entidades, que anteriormente se posicionaram contra aumentos de impostos e defenderam o equilíbrio fiscal. O presidente da Febraban, Isaac Sidney, já havia destacado a importância de enfrentar problemas estruturais, mas a entidade não se pronunciou sobre o aumento das despesas no Parlamento, que já é considerado um dos mais caros do mundo.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.