Política

Governos utilizam inteligência artificial para negar benefícios sociais essenciais

Anistia Internacional denuncia uso de inteligência artificial na Dinamarca por discriminação em fraudes de benefícios sociais, afetando migrantes.

Hajira Maryam, conselheira-chefe de inteligência artificial da Anistia Internacional (Foto: Divulgação/Anistia Internacional)

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A Anistia Internacional denunciou o uso discriminatório de sistemas de inteligência artificial pelo governo dinamarquês em investigações de fraudes em benefícios sociais, afetando especialmente migrantes. A acusação foi feita pela nova equipe de inteligência artificial da organização, que visa investigar violações decorrentes da automação.

A conselheira-chefe de inteligência artificial da Anistia, Hajira Maryam, destacou que a automação em decisões sociais desumaniza populações vulneráveis. Desde 2022, a equipe tem se concentrado em como governos utilizam IA para tomar decisões que impactam diretamente a vida das pessoas. O relatório Coded Injustice revelou que critérios como cidadania foram utilizados para identificar fraudadores, resultando em discriminação.

Além da Dinamarca, padrões semelhantes foram observados em outros países europeus e na Índia. A Anistia também investiga o uso de IA em sistemas anti-imigração, que intensificam a vigilância sobre migrantes. Maryam alertou que, se algo der errado, é difícil para as vítimas buscarem reparação, criando um labirinto burocrático desumanizante.

Desafios da Regulação

A crescente onda de desregulação da IA no mundo é uma preocupação para a Anistia. Maryam mencionou que a narrativa predominante vê a IA como um avanço neutro, ignorando os danos que já causa. A organização busca romper essa visão, mostrando que a tecnologia pode ser prejudicial, especialmente para grupos marginalizados.

A Anistia também se opõe ao uso de sistemas autônomos em contextos militares, como em Gaza. A campanha Ban Killer Robots defende a proibição de robôs assassinos, enfatizando que as empresas de tecnologia devem garantir que seus sistemas respeitem os direitos humanos. Maryam criticou a falta de transparência e a opacidade das big techs, que muitas vezes operam com o respaldo de governos que adotam posturas anti-regulatórias.

A mobilização de organizações de direitos humanos é crescente, mas o desafio permanece na luta contra narrativas que promovem a IA como solução. A Anistia Internacional continua a investigar e denunciar os riscos sociais associados à automação, buscando um futuro em que a tecnologia respeite os direitos de todos.

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