Mito sobre a origem do universo é desfeito por nova pesquisa científica

No início de junho, Ricardo Faria, conhecido como “Rei do Ovo”, criticou a contratação de trabalhadores no Brasil, afirmando que muitos estão acomodados com o Bolsa Família. O empresário, que figura na lista de bilionários da Forbes, alegou que a situação é um “desastre”. No entanto, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) contradizem essa afirmação.

Mais de 98% das novas vagas de emprego em 2024 foram ocupadas por trabalhadores do Cadastro Único (CadÚnico), com 75% desses beneficiários recebendo o Bolsa Família. Em 2023, 74% das 1,4 milhão de vagas foram preenchidas por trabalhadores vinculados ao CadÚnico. Luiz Carlos Farias, secretário de Inclusão Socioeconômica do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), destacou que a ideia de que beneficiários do programa não querem trabalhar é uma falácia.

O secretário ressaltou que dos 93 milhões de cadastrados no CadÚnico, 57,5 milhões estão na faixa etária de 16 a 64 anos, prontos para o mercado de trabalho. Além disso, existem 2,9 milhões de pessoas com nível superior e 19 milhões com nível médio completo. Farias afirmou que as pessoas buscam oportunidades para melhorar suas condições de vida e que o trabalho é um caminho para isso.

Oportunidades e Qualificação

O economista José Dari Krein, da Unicamp, reforçou que a narrativa de que o Bolsa Família substitui empregos não se sustenta. Ele observou que, embora muitas vagas sejam de baixa qualidade, o programa de transferência de renda tem contribuído para a eliminação de empregos extremamente precários. Krein destacou que, com a melhora das condições de vida, os trabalhadores não aceitam mais qualquer tipo de emprego.

Farias também mencionou que muitos empregos oferecem benefícios além do salário, como FGTS e planos de saúde, tornando-os mais atrativos. O programa Acredita no Primeiro Passo, lançado no final de 2023, visa qualificar pessoas vinculadas ao CadÚnico e facilitar o acesso ao crédito. Atualmente, 56 milhões de brasileiros recebem o Bolsa Família, com um valor médio de 660 reais.

As regras do programa estão passando por mudanças. A partir de julho, a Regra de Proteção, que permite que beneficiários mantenham parte do Bolsa Família ao ingressar no mercado formal, será reduzida de dois para um ano. Essa alteração visa facilitar a transição para o emprego formal, mantendo os beneficiários vinculados ao CadÚnico.