Trump dificulta avanço da energia limpa e produção de veículos elétricos nos EUA

O presidente dos EUA, Donald Trump, está promovendo um projeto de lei que pode reverter os incentivos fiscais para energia limpa e veículos elétricos, implementados pelo governo Biden. A proposta, que passou no Senado por uma margem apertada de 51 a 50 votos, enfrenta resistência na Câmara dos Representantes e pode impactar negativamente a indústria nacional.

Se aprovado, o projeto revogaria benefícios fiscais da Lei de Redução da Inflação, sancionada em 2022, que incentivava o uso de componentes fabricados nos EUA. Analistas alertam que a medida pode resultar em fechamento de fábricas e perda de empregos, além de comprometer a competitividade da indústria americana em relação à China.

Jason Grumet, diretor-executivo da American Clean Power Association, descreveu a proposta como um "retrocesso" na política energética dos EUA. Ele destacou que a revogação dos incentivos pode aumentar as contas de energia e diminuir a confiabilidade da rede elétrica. "Abrir mão do progresso que fizemos na fabricação de baterias e turbinas eólicas é desanimador", afirmou Grumet.

Impactos Econômicos

O projeto também propõe o fim dos créditos fiscais de até US$ 7.500 para a compra de veículos elétricos, que têm impulsionado a produção e o consumo doméstico. Além disso, elimina recursos para instalação de carregadores rápidos e reduz subsídios para fábricas de baterias e mineração de lítio, essenciais para a mobilidade elétrica.

Trump argumenta que a oposição de Elon Musk ao projeto é motivada por esses cortes, embora Musk negue essa afirmação. Dados indicam que mais de US$ 200 bilhões em investimentos privados foram direcionados para criar uma cadeia produtiva de veículos elétricos menos dependente da China, agora ameaçada pela proposta.

Preocupações Regionais

Estados que se beneficiaram de investimentos em energia limpa, como a Geórgia, expressam preocupação com os efeitos da nova legislação. Jevin Jensen, presidente do Condado de Whitfield, destacou a importância de manter o status da Geórgia como centro de manufatura. A proposta de Trump, se aprovada, pode comprometer o desenvolvimento econômico e os empregos gerados por empresas como a Hanwha Qcells, que opera fábricas de painéis solares na região.