Política

Saída dos Estados Unidos da OMS gera riscos para saúde global e geopolítica

Donald Trump planeja retirar os EUA da OMS novamente, impactando a saúde global. A saída pode comprometer o financiamento, afetando países mais pobres e vulneráveis. EUA contribuem com cerca de US$ 1 bilhão anualmente, representando um quinto do orçamento. OMS pode ficar mais exposta a novas pandemias sem a vigilância e recursos dos EUA. Críticas a OMS são válidas, mas a saída pode gerar desequilíbrios geopolíticos significativos.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus (Foto: AFP)

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A recente decisão de Donald Trump de retirar os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS) poderá impactar significativamente as populações mais vulneráveis, especialmente em países com pouca ação estatal em favor dos desassistidos. Durante seu primeiro mandato, Trump retirou o país da OMS em 2020, mas a medida foi revertida por Joe Biden em 2021, evitando assim efeitos negativos imediatos. Agora, a saída dos EUA, que são os maiores financiadores da organização, com contribuições anuais em torno de US$ 1 bilhão, poderá comprometer diversas ações, principalmente nas regiões menos desenvolvidas.

A contribuição dos Estados Unidos à OMS aumentou durante a pandemia, alcançando US$ 1,28 bilhão em 2022 e 2023, representando quase 40% a mais que a Alemanha, a segunda maior fonte de recursos. A revista Science alertou que um enfraquecimento da OMS deixará o mundo mais vulnerável a novas doenças e pandemias. A lógica de financiamento sugere que países mais ricos devem arcar com a maior parte dos custos, dado que a missão da OMS é beneficiar toda a humanidade.

Um exemplo positivo da atuação da OMS é a contenção do surto da febre hemorrágica Marburg em Ruanda, destacando a importância de uma rede global de vigilância epidemiológica, na qual o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA desempenha um papel crucial. A ciência médica avançada dos EUA é vital para a OMS, e a retirada do país representa um retrocesso na vigilância sanitária global, afetando também a capacidade dos americanos de enfrentar ameaças emergentes.

Embora algumas críticas de Trump à OMS sejam válidas, como a demora em reconhecer a transmissão aérea do coronavírus, sua saída pode abrir espaço para que outros países, como China e Índia, aumentem suas contribuições. O valor de US$ 1 bilhão que os EUA deixarão de financiar poderia ser compensado por nações do Brics. Contudo, essa mudança pode gerar resistência em Washington, que teme perder influência global, e os riscos financeiros para a OMS vão além da saúde pública, afetando também as dinâmicas geopolíticas.

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