28 de fev 2025
Mais de 37 mil palestinos são deslocados após ofensiva israelense em Jenin
A invasão em Jenin deslocou mais de 40 mil palestinos, agravando a crise humanitária. Israel planeja uma ocupação prolongada, com destruição de infraestrutura local. O ministro da Defesa israelense afirmou que a operação pode durar até um ano. A Autoridade Palestina enfrenta dificuldades financeiras, limitando a ajuda humanitária. A situação remete a memórias da guerra de 1948, com transferências forçadas de população.
Crianças palestinas e jornalistas fogem enquanto tanques israelenses entram no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia. (Foto: Jaafar Ashtiyeh/AFP)
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Uma invasão-relâmpago das Forças Armadas de Israel em Jenin, na Cisjordânia, resultou no deslocamento de mais de 37 mil pessoas, conforme estimativas da ONU. A operação, que começou no último final de semana, visa sufocar grupos militantes apoiados pelo Irã e se intensificou após o cessar-fogo em Gaza, em 19 de janeiro. O governo israelense anunciou que as operações podem se estender até 2026, enquanto os ataques têm devastado campos de refugiados, locais históricos que abrigam palestinos desde a guerra de 1948.
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que as tropas estão preparadas para ocupar a área por um ano, impedindo o retorno dos palestinos. Muitas famílias, sem opções de abrigo, estão sendo forçadas a alugar moradias temporárias em vilas vizinhas ou a se acomodar em abrigos improvisados. O Escritório da ONU para Assuntos Humanitários destacou a necessidade urgente de assistência financeira para ajudar cerca de 4 mil famílias a encontrar abrigo, mas a ajuda é escassa devido à falta de recursos da Autoridade Palestina e restrições da UNRWA.
Fatima Tawfeeq, de 63 anos, é uma das muitas que foram deslocadas e relatou que nunca havia vivido uma situação tão extrema. Desde que as forças israelenses tomaram sua casa, ela e sua família se encontram em um abrigo improvisado, enfrentando condições precárias. A operação militar, que já resultou na morte de 66 pessoas na Cisjordânia, é considerada por muitos como uma forma de punição coletiva, afetando principalmente civis e destruindo infraestrutura essencial.
As consequências da operação são visíveis em Jenin e em outros campos, onde a destruição é comparável àquela observada na Faixa de Gaza. A situação se agrava com o aumento do número de deslocados e a escassez de recursos nas comunidades que os acolhem. As crianças, como Mahmoud e Rou’ya, expressam a saudade de suas casas e a esperança de retornar, mesmo diante da devastação.
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