03 de mai 2025
Israel destrói casas em Jenin e provoca deslocamento em massa de palestinos
Deslocamento forçado de 42 mil palestinos em Jenin marca a maior crise humanitária na Cisjordânia em décadas, com intensa destruição.
Jumaa Zawayda foi ordenado pelas forças israelenses a deixar sua casa. (Foto: BBC)
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A situação em Jenin, na Cisjordânia, se agravou com a intensificação das operações militares israelenses, resultando na destruição de pelo menos 260 edifícios e no deslocamento de 42 mil palestinos. O conflito, que já era tenso devido a operações anteriores, se intensificou após o início da guerra em Gaza em outubro de 2023.
Durante uma dessas operações, Jumaa Zawayda, de 66 anos, decidiu permanecer em sua casa, mesmo com a ordem de evacuação. Ele queria proteger sua residência de possíveis danos. Após três dias de medo, com constantes explosões e cortes de água e eletricidade, Jumaa se viu forçado a deixar sua casa. Três meses depois, ele observa a área do acampamento de refugiados, agora um "fantasma", sem saber se sua casa ainda existe.
As operações israelenses têm sido descritas como uma resposta a grupos armados, principalmente ligados ao Jihad Islâmico Palestino e ao Hamas, que atuam na região. O número de combatentes em Jenin é estimado em cerca de 150. O governo israelense considera os acampamentos como "ninhos de terror" e intensificou as ações militares, resultando em um número crescente de mortes e detenções.
A Agência da ONU para Refugiados da Palestina (Unrwa) relatou que a operação, chamada de "Operação Muro de Ferro", causou a maior deslocação forçada de palestinos na Cisjordânia em décadas. Desde janeiro, cerca de 100 pessoas foram mortas e 280 detidas. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou que as demolições visam destruir infraestrutura militar e que as forças permanecerão nos acampamentos por um ano.
A situação humanitária em Jenin é crítica. O prefeito, Mohammad Jarrar, destacou que a infraestrutura foi totalmente destruída, tornando a área "inabitável". Jumaa, que passou meses em um abrigo, agora vive em acomodações temporárias e expressa sua determinação de retornar, mesmo que isso signifique viver em uma tenda. Ele questiona a justificativa para a destruição de sua casa, afirmando que não tinha vínculos com militantes.
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