24 de abr 2025
Comunidade armênia pede reconhecimento do genocídio de 1915 ao governo brasileiro
Comunidade armênia no Brasil pede reconhecimento do genocídio de 1915 a Lula, enquanto a Turquia contesta a classificação. A pressão aumenta.
Armênios protestam na Praça da República em Ierevan, capital do país, na véspera do 109º aniversário do genocídio armênio (Foto: Karen Minasyan/AFP)
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A comunidade armênia no Brasil enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, solicitando o reconhecimento do genocídio armênio, que ocorreu entre 1915 e 1923 e resultou na morte de mais de 1,5 milhão de armênios. O pedido foi feito na véspera do 110º aniversário do extermínio e destaca a importância da medida para honrar a memória das vítimas e fortalecer os laços com a diáspora armênia.
A carta, assinada por intelectuais e entidades armênias, argumenta que o reconhecimento reafirmaria o papel do Brasil como defensor dos direitos humanos. Atualmente, apenas pouco mais de 30 países reconhecem oficialmente o genocídio, incluindo França, Alemanha e Estados Unidos. A Embaixada da Turquia no Brasil contestou essa classificação, afirmando que as mortes foram consequências da Primeira Guerra Mundial e não de um genocídio.
A cientista social e antropóloga Mariana Boujikian, uma das articuladoras da carta, ressaltou que o Brasil tem uma tradição de promover a justiça entre os povos e questionou por que ignorar um genocídio que faz parte da história de muitos cidadãos brasileiros. Em 2015, o Senado brasileiro aprovou uma moção reconhecendo o genocídio, mas o Executivo e o Itamaraty não se manifestaram em apoio à medida.
O historiador Heitor Loureiro apontou que os interesses comerciais e políticos do Brasil com a Turquia são obstáculos ao reconhecimento. Ele acredita que a oficialização do genocídio poderia ter repercussões no atual conflito entre Armênia e Azerbaijão, especialmente em relação ao enclave de Nagorno-Karabakh, que é alvo de disputas desde o fim da União Soviética.
Recentemente, Armênia e Azerbaijão anunciaram a conclusão de um tratado para encerrar quase quatro décadas de conflitos, mas ainda não há data para a assinatura do acordo de paz.
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