06 de mai 2025
Reconhecimento do genocídio armênio enfrenta desafios políticos no Brasil e EUA
Reconhecimento do genocídio armênio ainda é um dilema para países como EUA e Brasil, pressionados por interesses da Turquia.
Membros da comunidade armênia erguem uma bandeira da Armênia durante uma cerimônia para relembrar o genocídio armênio, em Tessalônica, Grécia (Foto: Sakis Mitrolidis/AFP)
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Vinte e quatro de abril é o Dia de Memória do Genocídio Armênio, que recorda a prisão e tortura de armênios em 1915, dando início a um genocídio que resultou na morte de até um milhão e meio de pessoas. Este evento foi orquestrado pelas autoridades do Império Otomano, que posteriormente fundaram a atual república da Turquia.
Em 2025, os Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, reconheceram as vítimas do genocídio, mas não utilizaram o termo "genocídio". Essa decisão representa um retrocesso em relação à política de reconhecimento promovida pelo governo de Joe Biden. Durante sua campanha, Trump prometeu apoio aos "cristãos armênios", mas seus interesses econômicos o ligam à Turquia e ao Azerbaijão, que promovem o negacionismo histórico.
No Brasil, uma carta foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, solicitando o reconhecimento formal do genocídio armênio. Embora o Senado tenha aprovado uma moção simbólica em 2015, o Estado brasileiro ainda não reconheceu oficialmente o genocídio. A crescente influência turca na América Latina, evidenciada pela presença de uma delegação turca na posse de Lula, pode estar dificultando esse reconhecimento.
O reconhecimento do genocídio é crucial não apenas para a justiça histórica, mas também para a justiça atual. O genocídio armênio é frequentemente comparado à Shoah, o extermínio de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A Alemanha, que perpetrou esse crime, reconhece e condena seus responsáveis, enquanto a Turquia continua a negar sua história.
A escolha entre reconhecer o genocídio armênio e manter boas relações com a Turquia representa um dilema para muitos países. O reconhecimento é parte da busca por justiça, e a comunidade internacional deve ter interesse em promover essa justiça.
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