ONU investiga a Síria e destaca urgência em suspender sanções que afetam civis

Uma comissão da Organização das Nações Unidas (ONU) visitou a Síria, recebendo acesso total do governo, e destacou a urgência em suspender sanções que afetam a população civil. A visita ocorreu em meio a uma grave crise humanitária e econômica, agravada por sanções internacionais.

Os comissionados, incluindo Hanny Megally, cruzaram a fronteira do Líbano para a Síria durante uma tempestade de neve. Em Damasco, encontraram famílias celebrando o "Iftar" durante o Ramadã. O governo sírio, sob a liderança do ministro das Relações Exteriores, Asaad al-Shaibani, demonstrou disposição para cooperar com a comissão.

Situação Humanitária

O conflito iniciado em dois mil e onze devastou várias regiões, mas o centro de Damasco permanece relativamente preservado. Em áreas rurais, como Harasta e Douma, a destruição é evidente. O campo de refugiados palestinos de Yarmouk, que já abrigou 150 mil pessoas, está agora deserto. Estima-se que noventa por cento da população viva abaixo da linha da pobreza, com apenas R$ 3,65 por dia.

As sanções impostas por potências ocidentais dificultam a recuperação econômica. A União Europeia e o Reino Unido suspenderam parcialmente algumas sanções, mas os Estados Unidos mantêm restrições severas, afetando empresas e organizações humanitárias.

Justiça e Direitos Humanos

A comissão da ONU enfatizou a necessidade de justiça por violações de direitos humanos. A visita ocorreu após ataques que resultaram em mortes de civis em regiões costeiras. Os comissionados se reuniram com uma comissão de investigação criada pelo governo para apurar crimes e promover responsabilização.

Apesar do clima de insegurança, iniciativas locais de reconstrução e reconciliação estão surgindo. A ONU e o secretário-geral, António Guterres, expressaram preocupação com as violações da soberania síria, especialmente em relação aos ataques aéreos israelenses. A Síria necessita de apoio urgente para a recuperação econômica e social, essencial para uma transição política que respeite os direitos humanos.