10 de mai 2025
Ativista afegã denuncia violação de direitos humanos e pede apoio internacional às mulheres
Samira Hamidi clama por apoio às mulheres afganas e responsabilização dos talibãs, enquanto ativistas resistem em meio a graves violações.
Samira Hamidi, ativista e responsável pelas campanhas de Amnistia Internacional em Afeganistão, em 8 de maio em Madrid (Foto: Pablo Monge)
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Samira Hamidi, defensora dos direitos humanos afegã, enfatizou a urgência de um mecanismo de responsabilização para os talibãs e a necessidade de apoio contínuo às mulheres afganas. Desde Londres, Hamidi trabalha para que a comunidade internacional não legitime o regime talibã, que voltou ao poder em 2021.
Durante uma recente visita a Madrid, Hamidi expressou sua decepção com a falta de resposta internacional à situação no Afeganistão. Ela afirmou que o silêncio global legitima o regime talibã e prejudica as mulheres. "A não resposta internacional é uma imensa decepção", destacou.
Hamidi, que não retorna ao Afeganistão desde 2021, lamenta a perda dos direitos conquistados. "É difícil aceitar que as meninas não podem mais ir à universidade", disse. Ela ressaltou que as mulheres afegãs, tanto dentro quanto fora do país, continuam a lutar por seus direitos e a desafiar o regime.
Resistência das Mulheres Afegãs
As ativistas que permanecem no Afeganistão enfrentam riscos diários. Hamidi mencionou a coragem de mulheres que, mesmo sob opressão, encontram formas de resistir. "Sua presença é uma maneira de desafiar os talibãs", afirmou.
Ela também destacou o caso de Matiullah Wesa, um ativista que defende o direito das meninas à educação e foi preso em 2023. "Ele é um exemplo de bravura em um contexto hostil", comentou Hamidi.
A defensora dos direitos humanos pediu que as autoridades espanholas estabeleçam um mecanismo de rendição de contas para os talibãs e aumentem o apoio às mulheres afegãs, incluindo aquelas que aguardam vistos para se estabelecer na Espanha.
Situação Crítica dos Direitos Humanos
Hamidi alertou sobre a grave situação dos direitos humanos no Afeganistão, mencionando a proibição de mulheres em profissões essenciais, como a saúde. "Sem mulheres no setor de saúde, quem cuidará das pacientes?", questionou.
Ela também abordou o aumento dos casamentos infantis, que eram combatidos antes da volta dos talibãs. "Havia avanços significativos na proteção dos direitos das mulheres, mas agora estamos regredindo", lamentou.
A defensora concluiu enfatizando a importância do trabalho contínuo de organizações como a Anistia Internacional, que, mesmo sem presença no terreno, mantém contato com ativistas e jornalistas para relatar abusos. "Nosso compromisso é vital para pressionar a comunidade internacional", finalizou.
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