22 de mai 2025
Refugiados ruandeses retornam ao país após acordo entre Ruanda e RDC
Refugiados ruandeses retornam ao país após ocupação do M23 na RDC; ONU planeja repatriar mais de 2 mil pessoas nos próximos meses.
Cientos de refugiados ruandeses que vivían en el este del Congo desde el genocidio de Ruanda de mil novecientos noventa y cuatro son repatriados en autobús desde Goma, República Democrática del Congo, el sábado diecisiete de mayo de dos mil veinticinco (Foto: Associated Press/LaPresse)
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Centenas de refugiados ruandeses estão retornando a Ruanda desde o início de 2025, em um processo facilitado por um acordo entre as autoridades da República Democrática do Congo (RDC) e Ruanda, com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). Recentemente, 360 pessoas foram repatriadas, a maioria mulheres e crianças, após a intensificação da operação devido à ocupação das cidades de Goma e Bukavu pelo grupo rebelde M23, que conta com apoio de Ruanda.
O prefeito de Rubavu, Prosper Mulindwa, destacou a importância do retorno, afirmando que os repatriados são uma "mão de obra valiosa para o desenvolvimento do país". Os refugiados estão sendo acolhidos em um centro provisório até que possam se reintegrar em suas comunidades. A ONU planeja repatriar cerca de 2 mil pessoas nos próximos meses, após já ter facilitado o retorno de aproximadamente 1,5 mil refugiados desde o início do ano.
A maioria dos repatriados vinha de Karhenga, onde residiam há anos. Muitos deles fugiram para os arredores de Goma devido aos conflitos entre o M23 e o Exército da RDC. Gisèle Tuyisenge Nsabimana, uma das repatriadas, relembrou sua fuga durante o genocídio de 1994, quando perdeu seus pais. Ela expressou esperança de se estabelecer em Ruhengeri, onde tem parentes.
Contexto do Conflito
Após o genocídio em Ruanda, que resultou na morte de cerca de um milhão de pessoas, muitos ruandeses buscaram refúgio na RDC. Embora muitos tenham retornado após dois anos, milhares permaneceram, incluindo paramilitares hutus e ex-soldados. As autoridades ruandesas acusam esses grupos de tentativas de desestabilização, associando-os ao grupo armado FDLR (Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda).
Recentemente, a ocupação de áreas do nordeste da RDC pelo M23 permitiu que muitos civis, que estavam presos em meio ao conflito, retornassem a Ruanda. O M23, que tem apoio de Ruanda, teme que os campos de deslocados se tornem focos de resistência. Em ações recentes, o grupo expulsou 181 ruandeses considerados "em situação ilegal", segundo seu porta-voz.
As negociações de paz entre Ruanda e a RDC estão em andamento, com processos em Qatar e Washington, mediadas pelos Estados Unidos. O presidente do Parlamento da RDC, Vital Kamerhe, afirmou que os acordos serão analisados antes da assinatura, garantindo que não haverá concessões à integridade territorial da RDC nem ao saque de seus recursos minerais.
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