04 de jun 2025
Tanzânia bloqueia acesso ao X e intensifica repressão digital antes das eleições
Repressão digital na Tanzânia aumenta com bloqueio da plataforma X e detenções de ativistas, a poucos meses das eleições.
X é popular entre políticos e ativistas para se comunicar com o público. (Foto: NurPhoto via Getty Images)
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O governo da Tanzânia bloqueou o acesso à plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter, alegando que a rede social permite a disseminação de conteúdo pornográfico. O ministro da Informação, Jerry Silaa, afirmou que o conteúdo é contrário às "leis, cultura, costumes e tradições" do país. A restrição ocorre em meio a um aumento das tensões políticas e a preparação para as eleições de outubro.
Nos últimos dias, usuários relataram dificuldades de acesso à plataforma, que coincide com a detenção de ativistas e a alegação de abusos por parte da polícia. O Centro Legal e de Direitos Humanos (LHRC) criticou a decisão do governo, apontando um "padrão preocupante de repressão digital" similar ao que ocorreu nas eleições de 2020. O LHRC também destacou que outras plataformas, como Clubhouse e Telegram, estão inacessíveis sem o uso de redes privadas virtuais (VPN).
Silaa relacionou a proibição ao anúncio da plataforma X, que decidiu não bloquear conteúdo adulto consensual. O ministro mencionou que a decisão visa proteger os consumidores e garantir que as plataformas online respeitem as diretrizes éticas do país. A situação se agrava após um incidente em que a conta oficial da polícia foi hackeada, exibindo conteúdo pornográfico e divulgando informações falsas sobre a morte do presidente.
Além disso, a repressão se estende a ativistas de direitos humanos de países vizinhos, que foram deportados ou detidos ao tentarem apoiar o líder da oposição, Tundu Lissu. Ele enfrenta acusações de traição e já anunciou um boicote às eleições, caso não haja mudanças nas leis para garantir um pleito livre e justo. A presidente Samia Suluhu Hassan tem sido criticada por adotar posturas autoritárias, apesar de inicialmente ter promovido maior liberdade política após a morte de seu antecessor, John Magufuli.
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