Política

Canais do Telegram disseminam propaganda pró-Rússia na Polônia

Canais de Telegram em polonês espalham desinformação pró Rússia, polarizando a opinião pública e deslegitimando o apoio à Ucrânia.

Um vídeo enganoso parece mostrar soldados ucranianos indignados com as políticas dos EUA - Foto: BBC

Um vídeo enganoso parece mostrar soldados ucranianos indignados com as políticas dos EUA - Foto: BBC

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Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, a Polônia tem se destacado como um forte apoiador da Ucrânia, recebendo milhões de refugiados e enviando ajuda militar. Contudo, canais de Telegram em polonês têm disseminado desinformação pró-Rússia, polarizando a opinião pública no país. Esses canais, que se apresentam como fontes de notícias, compartilham vídeos manipulados e narrativas que deslegitimam o apoio à Ucrânia.

Um exemplo recente envolve um vídeo compartilhado por um canal de Telegram, onde dois homens em uniformes de camuflagem queimam retratos de líderes ocidentais, incluindo o presidente dos EUA. A gravação, no entanto, é encenada, com erros de pronúncia e uniformes genéricos. O canal Polska Grupa Informacyjna, com mais de 150 mil assinantes, é um dos 22 canais identificados pela BBC como propagadores de desinformação. Embora o Telegram não seja amplamente utilizado na Polônia, as mensagens falsas se espalham rapidamente entre grupos extremistas e outras plataformas.

Esses canais frequentemente citam ou replicam conteúdo de veículos de mídia estatal russa, como RT e Sputnik, que estão banidos na União Europeia. A desinformação varia de afirmações falsas a omissões de informações cruciais, criando uma impressão enganosa sobre a situação na Ucrânia. Por exemplo, alguns canais ignoraram ataques mortais da Rússia em Kyiv, enquanto outros culparam a Ucrânia pelos danos.

A análise de dados do Telegram revela que muitos desses canais surgiram após a invasão russa e frequentemente se interconectam, promovendo uma rede de desinformação. Aleksy Szymkiewicz, da organização de verificação de fatos Demagog, afirma que essas mensagens visam desestimular o apoio à Ucrânia e criar divisões entre poloneses e ucranianos. A propaganda anti-ucraniana tem contribuído para um crescente cansaço em relação aos refugiados na Polônia.

Filip Głowacz, analista do NASK, destaca que a desinformação se aproveita de ansiedades econômicas e culturais existentes na sociedade polonesa. Embora haja um histórico de ressentimento em relação à Rússia, mensagens explicitamente pró-Rússia não têm ressonância. Em vez disso, narrativas que misturam teorias da conspiração e conteúdo de extrema-direita têm maior impacto.

Os canais de Telegram, que operam com horários alinhados ao fuso horário de Moscou, são considerados uma plataforma ideal para a disseminação de desinformação. A maioria dos canais permanece anônima, mas há indícios de ligações com a Rússia ou Belarus. A situação levanta preocupações sobre a influência da desinformação na opinião pública polonesa e a legitimidade das narrativas do regime russo.

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