Líderes dos Brics criticam tarifas unilaterais e ações militares no Rio

Os líderes dos Brics, bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, condenaram os ataques dos EUA e de Israel ao Irã e exigiram a retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza. A declaração conjunta foi divulgada no domingo (6) durante uma cúpula realizada no Brasil, onde os líderes pediram soluções “justas e duradouras” para os conflitos no Oriente Médio.

Desde 13 de junho, Israel intensificou suas ações militares contra o Irã, culminando em ataques aéreos dos EUA. Os líderes do bloco consideraram esses ataques como uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas. Além disso, expressaram preocupação com a situação na Palestina, citando a obstrução da ajuda humanitária em Gaza e pedindo um cessar-fogo permanente.

Apelo por Soluções Pacíficas

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, destacou a deterioração da paz e segurança na região. Ele enfatizou que os ataques levantam sérias questões sobre a soberania e a proteção de civis. Os Brics também manifestaram alarme com o aumento dos gastos militares globais, em contraste com a exigência do presidente dos EUA, Donald Trump, para que os países da Otan aumentem seus orçamentos de defesa.

Os líderes dos Brics, que recentemente expandiram o bloco para incluir novos membros como Indonésia e Egito, defenderam a reforma do Conselho de Segurança da ONU para torná-lo mais representativo do Sul Global. Ramaphosa afirmou que o grupo está moldando debates sobre desenvolvimento e segurança, e que é essencial intensificar esforços diplomáticos para reduzir tensões e garantir uma paz duradoura.

Questões Comerciais e Tarifárias

Além das preocupações militares, os líderes expressaram sérias preocupações sobre o aumento de medidas tarifárias unilaterais que distorcem o comércio. Embora não tenham mencionado diretamente os EUA, a crítica é clara em um contexto de crescente tensão comercial global. A cúpula dos Brics reafirma a busca do bloco por maior influência em um cenário internacional dominado por potências ocidentais.