Irã denuncia Israel por tentativa de assassinato do presidente e sabotagem nas negociações

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, denunciou uma tentativa de assassinato por parte de Israel durante uma reunião, afirmando que o país tentou bombardear o local onde ele estava. Em entrevista ao apresentador americano Tucker Carlson, divulgada nesta segunda-feira, 7, Pezeshkian isentou os Estados Unidos de envolvimento, responsabilizando exclusivamente o governo de Benjamin Netanyahu. “Eles tentaram, sim. Agiram de acordo, mas falharam”, declarou.

O líder iraniano também se manifestou sobre a escalada das hostilidades, que teve início em julho, após um ataque aéreo israelense ao Irã. Pezeshkian afirmou que Teerã não busca aumentar a tensão e que não vê problemas em retomar as negociações nucleares com os EUA, embora a confiança precise ser restabelecida. Ele questionou como seria possível confiar novamente nos Estados Unidos, após os bombardeios a instalações nucleares iranianas em julho.

Desconfiança em Relação à AIEA

Pezeshkian expressou desconfiança em relação à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que, segundo ele, não condenou os ataques israelenses e se aliou aos interesses dos EUA. O presidente iraniano mencionou que a colaboração com a AIEA foi suspensa, e que a possibilidade de inspeções só será considerada quando o acesso for restabelecido. Ele criticou a falta de ação da AIEA, que, segundo ele, comprometeu sua credibilidade.

Além disso, Pezeshkian destacou os impactos dos ataques israelenses em Gaza, acusando Israel de genocídio e de bloquear a entrada de ajuda humanitária. Ele reafirmou que o Irã não tem interesse em desenvolver armas nucleares, desafiando as justificativas de Israel para suas ações militares. A entrevista de Carlson também refletiu um racha na política externa dos EUA, especialmente em relação ao apoio a Israel.