08 de jul 2025
Cidadão americano deportado para a Jamaica após nascer em base militar na Alemanha
Jermaine Thomas enfrenta apatridia na Jamaica, sem acesso a serviços básicos e sem esperança de retorno aos Estados Unidos.

Foto: Reprodução
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Jermaine Thomas, um homem de 39 anos, foi deportado para a Jamaica, país que nunca havia visitado, após ser preso por criminal trespass em Killeen, Texas. Nascido em uma base militar dos EUA na Alemanha, ele se considera cidadão americano, mas sua situação é complexa, resultando em sua condição de apátrida.
Thomas foi levado para a Jamaica em maio, após cumprir uma pena de 30 dias de prisão. Ele relatou à CNN que se sente perdido e sem esperança em Kingston, onde reside em um abrigo para sem-teto. "É difícil colocar em palavras", disse ele, referindo-se à sua nova realidade. Sem cidadania em nenhum país, enfrenta dificuldades extremas, como a falta de acesso a serviços básicos e a incapacidade de trabalhar.
Nascido em 1986, Thomas é filho de um pai americano e uma mãe queniana. A família acreditava que ele era cidadão dos EUA, mas um erro em um formulário de visto o classificou como jamaicano. Após uma série de problemas legais, incluindo condenações por crimes, ele foi alvo de deportação. A decisão judicial que o considerou não cidadão se baseou em uma interpretação da 14ª Emenda, que não reconhece o nascimento em bases militares no exterior como cidadania automática.
Desafios na Jamaica
Desde sua chegada, Thomas tem enfrentado uma série de desafios. Ele não possui documentos legais que lhe permitam trabalhar ou obter uma identificação. "Não sei o que vou fazer", afirmou, ressaltando a solidão e a insegurança que sente. Sua família nos EUA está preocupada e hesita em visitá-lo, temendo que possam ser barrados ao tentar retornar.
A situação de Thomas é um exemplo de como a apatridia pode afetar vidas. Especialistas em imigração destacam que casos como o dele são raros, mas estão se tornando mais comuns. A falta de proteção legal para apátridas nos EUA levanta questões sobre os direitos humanos e a dignidade das pessoas em situações semelhantes.
Thomas, que luta contra problemas de saúde mental, expressou seu desejo de voltar para casa. "Só quero saber quando vou voltar", disse ele, refletindo sobre a perda de sua comunidade e identidade. A história dele destaca a fragilidade do sistema de cidadania e as consequências devastadoras que podem surgir de erros administrativos e interpretações legais.
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