14 de jan 2025
Justiça aceita denúncia e torna PMs réus pela morte de estudante de Medicina em SP
A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia contra dois policiais por homicídio. O estudante Marco Aurélio Cardenas Acosta foi baleado em abordagem policial. A juíza negou a prisão preventiva de um dos policiais, apesar da gravidade do caso. Imagens contradizem a versão dos policiais sobre a resistência do estudante. O uso da arma foi considerado ilegítimo, sem risco à equipe policial.
Policiais durante abordagem que resultou na morte de Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos (Foto: Reprodução/g1)
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A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia contra os policiais militares Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado, tornando-os réus pelo homicídio do estudante de Medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos. O incidente ocorreu na madrugada de 20 de novembro de 2024, em um hotel na Vila Mariana, onde Marco Aurélio foi baleado à queima-roupa após uma abordagem policial. Ele havia se refugiado no local após um desentendimento com os policiais, que alegaram que o jovem estava alterado e agressivo.
Apesar da aceitação da denúncia, a juíza Luciana Menezes Scorza negou o pedido de prisão preventiva de Guilherme Augusto, autor do disparo. A magistrada argumentou que, embora houvesse indícios de autoria, não foram comprovados os requisitos para a prisão, destacando que o policial está afastado de atividades de rua e exerce funções administrativas. Guilherme Augusto deverá comparecer mensalmente ao juízo e não pode deixar o estado sem autorização.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) alegou que os policiais agiram por motivo torpe, utilizando força letal contra uma pessoa desarmada e em evidente abuso de autoridade. O relatório do delegado Gabriel Tadeu Brienza Vieira indicou que o uso da arma de fogo por Macedo não foi legítimo, uma vez que a vítima não representava risco à guarnição policial ou a terceiros. As câmeras corporais da PM contradizem a versão dos policiais, mostrando que Marco Aurélio foi baleado após um chute, sem tentativa de pegar a arma do soldado.
Os investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) afirmaram que, apesar da resistência do estudante, não houve qualquer movimento que justificasse o disparo. A juíza também solicitou à Polícia Militar informações sobre a disponibilidade de equipamentos não-letais, como tasers, no dia do incidente. O caso continua a ser acompanhado de perto pela Justiça e pela sociedade.
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