Política

Justiça boliviana processa ex-líderes jesuítas por encobrimento de abusos sexuais de padre

Justiça boliviana inicia julgamento de ex líderes jesuítas por encobrimento. Alfonso Pedrajas confessou abusos a 85 menores, revelando proteção superior. Diário de Pedrajas expôs conivência de superiores, ocultando denúncias. Acusações incluem 18 vítimas e 52 testemunhas, com provas contundentes. Caso gera repercussão, levando a novas investigações sobre abusos clericais.

Marcos Recolons, ex-alto cargo dos jesuítas na Bolívia e no Vaticano, acusado de encobrir vários casos de abusos, em uma imagem de 2018. (Foto: Reprodução)

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A justiça boliviana iniciou um processo histórico contra dois ex-altos cargos da Companhia de Jesus, Marcos Recolons e Ramón Alaix, por suposto encobrimento de abusos sexuais cometidos pelo sacerdote espanhol Alfonso Pedrajas. Pedrajas, que admitiu ter abusado de pelo menos 85 menores entre 1972 e 2000, foi protegido por seus superiores, conforme revelações de seu diário, que ficou oculto até abril de 2023. A investigação da Fiscalia boliviana foi desencadeada após a publicação das memórias de Pedrajas, levando à coleta de documentos e depoimentos de vítimas.

Os acusados, que têm 81 e 83 anos, foram provinciais durante os períodos em que as denúncias contra Pedrajas foram mais frequentes. O Ministério Público boliviano destacou que, apesar de terem conhecimento dos abusos, não tomaram medidas para proteger as vítimas, que eram crianças e adolescentes vulneráveis. O processo ocorre no Juzgado de Sentencia Penal Anticorrupción y contra la Violencia hacia las Mujeres Número 4 de Cochabamba, onde o legajo de acusação contém 855 páginas com provas, incluindo depoimentos de 18 vítimas e relatórios psicológicos que corroboram os abusos.

Os relatos das vítimas são impactantes, com um deles descrevendo uma experiência traumática com Pedrajas. A maioria das vítimas apresenta sequelas graves e necessita de assistência psicológica. Além disso, a investigação revelou que outros oito jesuítas também foram acusados de abusos em casos relacionados, levando a uma série de novas investigações e processos judiciais. A Compañía de Jesús afastou os acusados e iniciou uma investigação interna, mas os resultados foram ocultados após a morte de um dos envolvidos.

O escândalo gerou um grande impacto na sociedade boliviana, com o Ministério da Educação e o procurador geral se unindo à acusação. A repercussão das denúncias levou à identificação de mais vítimas e ao surgimento de novos casos de abusos por membros da ordem religiosa, aumentando a pressão sobre a Companhia de Jesus para lidar com o passado e garantir a proteção das crianças. O julgamento ainda não tem data definida.

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