24 de jan 2025
Justiça determina prisão preventiva de sócios de empresa que vendeu carne estragada como nobre
A empresa Tem Di Tudo Salvados, de Três Rios (RJ), vendeu 800 toneladas de carne imprópria. Os sócios foram presos por lucro de R$ 5 milhões com carne submersa em enchentes. A polícia rastreou apenas 17 toneladas, indicando um esquema maior em investigação. Carne foi maquiada para parecer nobre, enganando açougues e mercados em todo o país. O caso levanta preocupações sobre a vigilância sanitária e a segurança alimentar no Brasil.
Equipes da Polícia Civil do Rio encontraram alimentos estragados em um dos endereços alvos da Operação Carne Fraca, em Três Rios (RJ). (Foto: Reprodução)
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A Justiça do Rio de Janeiro decidiu converter em prisão preventiva os irmãos Almir e Altamir Jorge Luís da Silva, proprietários da distribuidora Tem Di Tudo Salvados, localizada em Três Rios. Eles são investigados por vender oitocentas toneladas de carnes impróprias para consumo humano, que ficaram submersas durante as enchentes no Rio Grande do Sul em 2023. Junto com eles, o gerente José Luis Dias da Silva e o diretor de Logística Ciro José Marinho também permanecem detidos. O delegado Wellington Vieira, da Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon), informou que até agora foram rastreadas 17 toneladas de carne em Contagem, Minas Gerais.
As investigações revelaram que a empresa vendia carne estragada como se fosse de qualidade superior, alegando ser originária do Uruguai. A Tem Di Tudo adquiriu a carne por R$ 0,90 por quilo, totalizando menos de R$ 80 mil pela carga, que poderia valer cerca de R$ 5 milhões se estivesse em boas condições. Para disfarçar a deterioração, os produtos foram limpos e embalados de forma a simular conformidade, enganando mercados e açougues em todo o Brasil. Durante a operação, a polícia encontrou uma peça de picanha do lote contaminado à venda na loja da empresa.
Além das carnes, a operação também resultou na apreensão de medicamentos e testes para Covid-19 vencidos. O delegado Vieira destacou que a venda de produtos impróprios representa um risco à saúde pública, pois a carne exposta a enchentes pode causar doenças como leptospirose. As investigações começaram após a empresa gaúcha que comprou a carne estragada denunciar o caso à polícia, levando à descoberta de um esquema maior de venda de produtos impróprios.
Os envolvidos podem ser acusados de associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos, com implicações em todo o país. A polícia está em busca de outras empresas que possam ter adquirido a carne imprópria, utilizando notas fiscais apreendidas como parte da investigação. A Tem Di Tudo, que alegou que os produtos seriam transformados em ração animal, agora enfrenta sérias acusações que podem impactar sua operação e a imagem do Brasil no setor de carnes.
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