28 de jan 2025
Número de deportações de brasileiros nos EUA atinge recorde em 2024
O número de deportações de brasileiros dos EUA aumentou 32,9% em 2023. Voo recente com 88 deportados gerou indignação por uso de algemas e correntes. O governo brasileiro investiga se essa prática é recorrente nas deportações. Relatos de agressões foram coletados pela Polícia Federal após o desembarque. Ministro da Justiça defende deportações dignas, respeitando direitos humanos.
Voo da FAB com brasileiros deportados pelos EUA chegou em Belo Horizonte na noite deste sábado (Foto: Ministério da Justiça)
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O número de brasileiros deportados dos Estados Unidos em 2023 alcançou 1.648 pessoas, o maior registro em três anos, com um aumento de 32,9% em relação a 2022, quando foram repatriados 1.240 brasileiros. Os dados, fornecidos pela Polícia Federal (PF), indicam que o total de deportações ainda é inferior ao de 2021, quando 2.188 brasileiros foram repatriados em 24 voos. O aumento na frequência de deportações começou em 2020, durante o governo de Donald Trump, que utilizou uma regra sanitária da pandemia para endurecer o tratamento a imigrantes ilegais.
Recentemente, um voo de repatriação com 88 deportados gerou controvérsia ao desembarcar em Manaus (AM) com os deportados algemados. O governo brasileiro reagiu, considerando a situação um “flagrante desrespeito aos direitos fundamentais”. A Força Aérea Brasileira (FAB) foi acionada para completar o trajeto até Belo Horizonte (MG). A PF informou que os números se referem apenas a voos fretados pela ICE, a agência de imigração dos EUA, e não incluem brasileiros que retornam em voos comerciais.
O Itamaraty e a PF investigarão se o uso de algemas em deportados brasileiros é uma prática comum. Em 2021, o Brasil já havia solicitado a revisão desse procedimento a autoridades americanas. No último voo, alguns deportados relataram agressões, levando a PF a coletar depoimentos em Amazonas e buscar mais informações por meio de cooperação internacional. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, destacou que, embora a deportação esteja prevista em tratado, ela deve respeitar a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Lewandowski enfatizou a necessidade de dignidade no processo de deportação, especialmente para aqueles que não são criminosos. Durante um evento em São Paulo, o ministro afirmou que a reação do governo brasileiro foi sóbria e que não se busca provocar os EUA, mas sim garantir que os direitos fundamentais dos deportados sejam respeitados.
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