Política

Prefeito e cinco vereadores são identificados na lista suja do trabalho escravo

Seis políticos eleitos em 2024 estão ligados a empresas com trabalho escravo. Irregularidades incluem falta de água potável e condições insalubres. Nenhum dos envolvidos foi condenado, permitindo que mantenham seus cargos. A lista suja do trabalho escravo é uma ferramenta de combate e transparência. Multas não pagas podem restringir direitos, mas não impedem atuação política.

Prefeito reeleito em Alto do Paraíso de Goiás (GO), Marcus Rinco (União), é dono da Nascente Agro-Industrial, que produz carvão vegetal na cidade. A empresa teve 15 autuações. (Foto: Arte/g1)

Prefeito reeleito em Alto do Paraíso de Goiás (GO), Marcus Rinco (União), é dono da Nascente Agro-Industrial, que produz carvão vegetal na cidade. A empresa teve 15 autuações. (Foto: Arte/g1)

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Em um levantamento recente, foi identificado que seis políticos eleitos em 2024 estão associados a empresas que foram multadas por manter trabalhadores em condições análogas à escravidão. Os estabelecimentos, localizados na Bahia, Ceará, Goiás, Paraná e Piauí, incluem três carvoarias, duas pedreiras e uma fazenda de caju. As irregularidades, apontadas em operações do Ministério do Trabalho e da Polícia Federal, incluem a falta de água potável, condições insalubres e exposição a substâncias tóxicas.

Os políticos mencionados, como o prefeito Marcus Rinco de Alto Paraíso de Goiás e cinco vereadores, não enfrentam impedimentos legais para exercer seus cargos, já que não foram condenados judicialmente. A Lei Ficha Limpa prevê restrições apenas para aqueles que tenham condenações definitivas. O levantamento foi realizado a partir de um cruzamento de dados entre os 63 mil prefeitos e vereadores eleitos e as 717 pessoas e empresas listadas na última edição da lista suja do trabalho escravo, divulgada em abril de 2024.

O Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, celebrado em 28 de janeiro, destaca a importância da lista suja, criada em 2003 para combater essa prática no Brasil. O cadastro é atualizado semestralmente e inclui empresas e indivíduos flagrados em situações de exploração. Em 2023, o país registrou o maior número de denúncias relacionadas a trabalho escravo, com 149 trabalhadores resgatados em condições precárias.

Os relatos das operações revelam situações alarmantes, como trabalhadores obrigados a fazer suas necessidades em áreas abertas e sem acesso a água potável. O vereador Eduardo Lima, por exemplo, foi autuado após a fiscalização resgatar 22 trabalhadores em sua fazenda, onde as condições eram insalubres. Outros vereadores também enfrentam multas significativas e estão inscritos na dívida ativa da União, mas continuam a exercer suas funções públicas sem restrições legais.

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