Justiça de Minas Gerais ordena revisão das notas de médicas no Exame Nacional de Residência Médica

A Justiça Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais, decidiu corrigir as pontuações de duas médicas que contestaram suas notas no Exame Nacional de Residência Médica (Enare). As profissionais alegaram que as notas da análise curricular estavam incorretas, resultando em colocações desfavoráveis. Desde a divulgação dos resultados preliminares pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 8 de janeiro, muitos candidatos relataram erros em suas pontuações, com cerca de 10% dos mais de 89 mil inscritos zerando na análise curricular.

As médicas impetraram mandados de segurança, solicitando a retificação das notas ou a suspensão do certame. Uma delas, que concorria a uma vaga em pediatria, teve sua nota fixada em 27 pontos, enquanto cálculos indicavam que deveria ser 85. A outra médica teve sua pontuação estabelecida em 26,90, quando o correto seria 85,40. Os juízes responsáveis determinaram a reavaliação das notas e a retificação dos editais, garantindo que as candidatas possam escolher programas de residência em igualdade de condições.

O Enare, realizado anualmente desde 2020, é um dos principais processos seletivos para profissionais de saúde e nesta edição oferece 8.720 vagas em 163 instituições. Candidatos, como a médica Agatha Soyombo, expressaram frustração com a situação, afirmando que cumpriram todos os requisitos do edital, mas ainda assim tiveram suas notas zeradas. A Ebserh, responsável pelo exame, afirmou que medidas foram tomadas para assegurar a integridade do processo, mas manteve os resultados e cronograma.

Após a divulgação dos resultados finais em 21 de janeiro, muitos estudantes continuaram a reclamar de inconsistências, especialmente aqueles que receberam notas zero sem justificativa. A partir de 28 de janeiro, os candidatos devem usar suas notas finais para se inscrever em residências, mas a incerteza sobre a correção das pontuações pode impactar suas oportunidades.