Carlos Bolsonaro defende Carla Zambelli após cassação e alerta sobre riscos a outros deputados do PL

O vereador Carlos Bolsonaro (PL) manifestou apoio à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) após a cassação de seu mandato pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). Em suas redes sociais, ele afirmou que “vivemos em uma democracia relativa” e criticou a decisão, que foi motivada por acusações de abuso de poder político e disseminação de fake news, especialmente sobre a credibilidade das urnas eletrônicas. A ação que resultou na cassação foi proposta pela deputada Sâmia Bonfim (PSOL). Zambelli, que foi cassada por oito anos, já enfrentava descontentamento entre os bolsonaristas após um incidente em 2022, que a afastou de eventos do partido.

A cassação de Zambelli pode ter implicações significativas para outros deputados do PL, como Tiririca e Paulo Bilynskyj, que podem perder seus mandatos caso a decisão seja confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A retotalização dos votos, que anularia os 946.244 votos recebidos por Zambelli, poderia alterar a composição da Câmara dos Deputados. O TRE-SP explicou que, após a confirmação da cassação, os votos dela seriam considerados nulos, afetando o quociente partidário e, consequentemente, a quantidade de cadeiras do PL.

A decisão do TRE-SP, que teve cinco votos a favor e dois contra, foi baseada em publicações de Zambelli que, segundo o relator, demonstraram uma tentativa consciente de disseminar informações fraudulentas e incitar hostilidade contra o sistema eleitoral. A deputada, que se declarou vítima de "perseguição política", afirmou que continuará a representar seus eleitores enquanto recorre da decisão. A ação de cassação foi motivada por um conjunto de postagens que questionavam a lisura das eleições e atacavam membros do Judiciário.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) também está investigando Zambelli por sua suposta participação em um esquema de invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça, onde foi inserido um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes. O procurador-geral pediu a condenação da deputada e do hacker Walter Delgatti Neto, alegando que suas ações visavam deslegitimar o sistema judiciário e incitar atos antidemocráticos. A situação de Zambelli continua a ser monitorada, pois a decisão do TRE-SP ainda pode ser revertida nas instâncias superiores.