Política

Cartas da ditadura revelam histórias de exilados e a luta pela liberdade

Almino Affonso, exilado na ditadura, teve cartas de 1960 entregues após décadas. O autor, jornalista, investiga crimes da ditadura e recebeu as cartas na pandemia. Em julho de 2023, entregou carta de Norman Potter a Marcelo Rubens Paiva. Affonso, ex ministro, foi um dos articuladores da "Carta aos Brasileiros" em 1977. As cartas revelam a vida de exilados e a repressão militar, resgatando memórias.

Grupo de exilados brasileiros na Iugoslávia, em 1964. O segundo da esquerda para a direita é Almino Affonso, ex-ministro de Jango. O terceiro da direita para a esquerda, entre os que estão em pé, é Rubens Paiva (Foto: Acervo/Memorial da Democracia)

Grupo de exilados brasileiros na Iugoslávia, em 1964. O segundo da esquerda para a direita é Almino Affonso, ex-ministro de Jango. O terceiro da direita para a esquerda, entre os que estão em pé, é Rubens Paiva (Foto: Acervo/Memorial da Democracia)

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Em 2021, o jornalista Lucas Figueiredo decidiu contatar Almino Affonso, ex-ministro e político brasileiro, após encontrar cartas escritas por ele durante seu exílio no Chile, na década de 1960. Essas correspondências, que nunca chegaram ao destinatário, foram interceptadas pela repressão militar. Figueiredo, que investiga crimes da ditadura há trinta anos, se sentiu constrangido ao abordar Affonso, mas a conversa fluiu naturalmente, resultando em um encontro em São Paulo.

Durante a visita, Affonso, aos 92 anos, compartilhou sua experiência como deputado federal e sua fuga para o exílio após o golpe militar de 1964. Ele viveu em vários países antes de conseguir um emprego na Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Chile. A apreensão de suas cartas, segundo Affonso, não trouxe informações relevantes para o regime militar, que buscava silenciar vozes opositoras. Ele entregou a Figueiredo as cartas que havia escrito para Cantídio Salvador Filardi, um amigo próximo.

Figueiredo também recebeu correspondências de Norman Potter, um professor que se exilou após o golpe. As cartas de Potter, que expressavam saudade e críticas à situação no Brasil, nunca chegaram a seus destinatários. Em 2023, Figueiredo contatou Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens Paiva, um amigo de Potter, para entregar uma dessas cartas. A troca de mensagens revelou a dificuldade de resgatar a memória de uma geração que está se apagando, enquanto a história da repressão militar continua a ser desvendada.

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